Luís Filipe Araújo sucede a Marco Martins na Câmara de Gondomar

Porto Canal/Agências
Luís Filipe Araújo elegeu a habitação como o maior desafio a partir de sábado, quando suceder a Marco Martins como presidente da Câmara de Gondomar, assegurando que o seu antecessor não será sombra, mas uma ajuda com que conta.
A cerca de oito meses de concluir o terceiro mandato na autarquia do distrito do Porto, o vice-presidente herda a gestão do município com a passagem de Marco Martins para a presidência da empresa Transportes Metropolitanos do Porto, ainda que este político socialista prometa manter-se muito perto da gestão do concelho, anunciando, inclusive, que não renunciará ao mandato.
Em entrevista à Lusa, quando questionado se essa proximidade do ex-presidente poderá funcionar como uma “sombra”, Luís Filipe Araújo recusou-o e apresentou uma versão de compromisso e entreajuda.
“Eu não vejo aqui sombra nenhuma, nem é assunto que me apoquente minimamente. Obviamente que ele, como tem dito, estará disponível para nos ajudar em tudo o que for necessário e eu contarei com a ajuda dele. Agora, em termos de sombra, não. Não tenho qualquer dependência relativamente a isso”, garantiu.
E prosseguiu: “a partir do dia 01 de fevereiro, o presidente sou eu e eu contarei com a ajuda do presidente Marco Martins em todas as circunstâncias e o mais certo é que, realmente, procurarei a ajuda dele, como é normal”.
Assinalando que a mensagem associada à transição de presidentes é de “serenidade e tranquilidade”, afirmou ter “algumas ideias para o futuro de Gondomar” ao mesmo tempo que garantiu que não será em “oito meses que irão revolucionar o concelho”.
Instando a identificar os dossiês mais complicados para resolver, assinalou a habitação, apontando o dedo ao “atraso nas políticas de habitação e às estratégias locais de habitação”, lembrando haver “famílias estruturadas, empregadas, que não conseguem, ao fim do mês, cumprir com as suas obrigações para ter uma casa”.
“Quero ver se consigo dar um impulso nessa situação”, disse o novo presidente da autarquia de um problema em Gondomar que inclui uma “lista de espera de centenas de pessoas”.
Luís Filipe Araújo quer também manter a aposta “na excelência de Gondomar”, que disse estar na frente ribeirinha e nas zonas mais urbanas do concelho.
“É preciso reforçar a nossa atratividade de investimento. E, obviamente, atrair com isso riqueza para as nossas famílias e também para as nossas empresas. Gondomar tem uma localização privilegiada. Por um lado, tem o rio, que tem potencialidades turísticas muito grandes, e estamos muito próximos desta centralidade que é o Porto, com acessibilidades muito fáceis e uma localização efetivamente privilegiada”, concluiu.
Luís Filipe Araújo tem 50 anos e exerceu advocacia a título individual, na Comarca do Porto, de 1999 até outubro de 2013, altura em que assumiu a vice-presidência da Câmara Municipal de Gondomar, sendo filho de José Luís Araújo, o primeiro presidente da Câmara de Gondomar eleito após o 25 de abril.
Cumpriu um mandato como vereador na oposição (2009-2013), sem pelouro, em regime de substituição, na presidência de Valentim Loureiro. A partir de 2013 foi responsável por diversos pelouros, designadamente, a cultura, a educação, a juventude, o urbanismo, o planeamento ou as finanças.
A 17 de dezembro anunciou que vai ser o cabeça de lista do PS nas eleições autárquicas de 2025, uma candidatura “natural e de continuidade”, disse então à Lusa.