Unidade de consumo móvel do Porto pretende chegar a cerca de 600 consumidores

Unidade de consumo móvel do Porto pretende chegar a cerca de 600 consumidores
| Porto
Porto Canal/ Agências

A unidade de consumo móvel vigiado do Porto deverá começar a operar na próxima semana nos territórios de Campanhã e do Centro Histórico, com o intuito de chegar a cerca de 600 consumidores de substâncias injetáveis, foi esta sexta-feira anunciado.

À margem da entrega das chaves da unidade móvel, o presidente do Instituto dos Comportamentos Aditivos e Dependências (ICAD), João Goulão, esclareceu que a carrinha já está a ser equipada e que, ao longo da próxima semana, será feito “um ensaio das rotas e dos locais de paragem”.

A unidade móvel será operacionalizada pelo SAOM – Serviços de Assistência Organizações de Maria e irá operar, numa primeira fase, na freguesia de Campanhã, junto aos bairros do Cerco e Lagarteiro, e no centro histórico do Porto.

“Agora são afinações de última hora”, assinalou João Goulão, acrescentando que a carrinha irá funcionar oito horas por dia, “repartidas por períodos de duas horas”.

O presidente do ICAD assinalou ainda que o diagnóstico feito pelos Centros de Respostas Integradas (CRI) aponta para “uma população alvo utilizadora de substâncias psicoativas ilícitas por via injetável estimada de 600 pessoas”.

“Isto é muito volátil”, lembrou, acrescentando que a unidade pretende “ganhar a confiança” dos consumidores de drogas e “mobilizá-los para respostas de tratamento”.

A entrega das chaves da carrinha decorreu esta sexta-feira na Câmara do Porto, numa sessão que contou com a presença do presidente da autarquia e da secretária de Estado da Saúde, Ana Povo.

Aos presentes na cerimónia, a secretária de Estado da Saúde assinalou que estas respostas têm de ser "mais do que um local de consumo vigiado" e devem ser vistas como uma continuidade de unidades de saúde.

Ana Povo salientou ainda que a abertura da unidade móvel não reflete que se está "a compacturar com o consumo", mas antes a "oferecer uma oportunidade de mudança".

Também o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, assinalou os esforços do município nesta área, como a recolha de resíduos de droga, e destacou que a unidade movél complementa a unidade já instalada na zona da Pasteleira, uma vez que vai operar "junto aos locais de consumo a céu aberto".

"O nosso programa vê reforçada a sua capacidade para oferecer uma alternativa segura, regulada e higienizada ao uso de drogas injetáveis no espaço público", acrescentou.

Este projeto corresponde à disponibilidade manifestada pela autarquia em agosto de 2023, depois de terem sido selados os portões da Escola Preparatória do Cerco, espaço em ruínas que pertence ao Ministério da Educação e que estava a ser usado como local de consumo e tráfico de droga.

No final do ano passado, a gestão da sala de consumo vigiado no Porto foi adjudicada ao consórcio liderado pela Agência Piaget para o Desenvolvimento (APDES) pelo período de 24 meses, revelou o Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências (SICAD), agora designado ICAD.

Com a atribuição da gestão ao consórcio, o programa de consumo vigiado deixou de ser um projeto-piloto e passou a ser uma resposta financiada pelo Ministério da Saúde, através do ICAD.

Instalada na conhecida como ‘Viela dos Mortos’, a sala de consumo amovível começou a funcionar em 24 de agosto de 2022, cerca de dois anos depois da aprovação do Programa de Consumo Vigiado, resultante da cooperação entre o município, o SICAD, o Instituto de Segurança Social e a Administração Regional de Saúde do Norte (ARS-Norte).

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