Primeiro satélite da Universidade do Minho lançado hoje para o espaço
Porto Canal com Lusa
A Escola de Engenharia da Universidade do Minho vai lançar o seu satélite PROMETHEUS - 1, esta terça-feira, do porto espacial Vanderberg, na Califórnia, nos Estados Unidos da América, a partir de um foguetão Falcon 9 da SpaceX. O lançamento está agendado para às 18h50.
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De acordo com a instituição académica, que celebra este ano 50 anos de existência, o objeto espacial ficará a cerca de 500 quilómetros de altitude a coletar “dados úteis para a comunidade académica e científica”.
O satélite, projetado há três anos, é um cubo de Rubik, tem cinco centímetros e pesa 250 gramas. “Contém sistemas de gestão de bateria e orientação; microcontroladores e câmera similar à de um telemóvel para captar imagens”, sublinha a U.Minho no seu site oficial.
Em declarações à Lusa, o investigador responsável, Alexandre Ferreira da Silva, explicou que a Universidade do Minho (UMinho) acredita que esta aposta “é uma mais valia” na formação dos estudantes, dando-lhes capacidade “para abraçar desafios futuros”.
“Acreditamos que vai servir de curva de aprendizagem na universidade para partilhar conhecimento. Poderemos fazer atividades de comando e controlo deste satélite, ou os alunos podem estar em sala de aula a trabalhar com réplicas”, descreveu.
O satélite foi pensado como “ferramenta de ensino”, permitindo ainda que os alunos “o possam montar, ou saber o que implica lançar um objeto desta natureza para o espaço, nomeadamente as licenças, contratualização do serviço de lançamento, etc”, acrescenta o docente do Departamento de Eletrónica Industrial da EEUM.
Para além dos alunos de Engenharia Aeroespacial, o satélite poderá ainda ser útil para os estudantes de Engenharia Eletrotécnica ou de Telecomunicações, disse.
Os centros científicos e interfaces da UMinho já criaram projetos como a conceção de uma cápsula espacial, o desenho de um fato de astronauta para Marte, a exploração de novos materiais artificiais ou a produção de eletricidade a partir de urina e bio-hidrogénio, assinala a instituição.
Também a ‘spin-off’ Stratosphere tem clientes como a Agência Espacial Europeia, a Boeing ou a Airbus.
A UMinho é ainda sede do Programa MIT-Portugal, com vários projetos sobre o espaço, e colabora nestas matérias com o CEiiA, o Instituto Tecnológico de Aeronáutica do Brasil e as universidades de Massachusetts Lowell (EUA) e Vigo (Espanha), entre outros.
A licença para lançamento, comando e controlo do PROMETHEUS-1 foi apenas a terceira do género atribuída pela ANACOM, após os recentes satélites MH-1 (Aeros) e ISTSat-1.
A licença do PROMETHEUS-1 deu-se ao abrigo do novo quadro jurídico, que está “entre as melhores práticas”, ao permitir agilidade, flexibilidade, rapidez e não implicar taxas, observa a UMinho.