Portugal lança satélite ao espaço para explorar o oceano

Portugal lança satélite ao espaço para explorar o oceano
Pedro Benjamim | Porto Canal
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Já está em órbita o primeiro satélite desenvolvido em Portugal. O MH-1 foi lançado na noite desta segunda-feira a partir da Califórnia e acompanhado em Matosinhos, no centro de engenharia CEiiA.

No momento do lançamento foram ouvidos aplausos, mas o brinde ficou guardado para daí a aproximadamente uma hora, altura em que o satélite era efetivamente projetado no espaço.

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O "Aeros MH-1", um nanossatélite de 4,5 quilos, seguiu num foguetão Falcon 9, que descolou da base da empresa SpaceX de Vandenberg, no Estado da Califórnia.

 

A descolagem do foguetão foi seguida com entusiasmo pelas centenas de pessoas que se reuniram nas instalações do centro de engenharia CEiiA, em Matosinhos, onde se ouviram gritos e aplausos ao sucesso do segundo satélite português - o primeiro desenvolvido, construído e operado em Portugal.

O engenho ganhou a designação de "MH-1" numa homenagem a Manuel Heitor, ex-ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior que, enquanto esteve em funções, foi um dos impulsionadores do projeto, de acordo com o consórcio nacional que concebeu, construiu e opera o satélite.

Heitor foi uma das pessoas que acompanhou o lançamento a partir de Matosinhos. Destacou a Estratégia Espacial Portuguesa, criada em 2019, “orientada para que a faturação do setor evoluísse na altura de menos de 40 milhões de euros por ano, para em 2030 ultrapassar os 500 milhões de euros por ano. E hoje é um passo importante nesse trajeto,” frisou no evento.

O lançamento ocorre 30 anos depois do envio do primeiro satélite português, o "PoSat-1", um microssatélite de 50 quilos que entrou na órbita terrestre em setembro de 1993, mas foi desativado ao fim de uma década.

O "Aeros MH-1" irá ficar posicionado a 510 quilómetros de altitude da Terra, ligeiramente acima da Estação Espacial Internacional, para observar em particular o oceano Atlântico.

Junto com o nanossatélite português seguiram no foguetão da SpaceX, empresa do magnata Elon Musk, outros pequenos satélites. Na ordem de lançamento, o MH-1 ocupava a segunda posição.

O módulo principal do foguetão, reutilizável, regressou à mesma base poucos minutos depois da descolagem, às 22h12.

 

O "Aeros MH-1" separou-se do segundo módulo do foguetão às 23h00 para entrar na sua órbita.

As comunicações e a recolha de dados e imagens do "Aeros MH-1", quando estiver operacional, irão ser feitas a partir do teleporto de Santa Maria, nos Açores, mantido pela Thales Edisoft Portugal, empresa que lidera o consórcio nacional.

O centro de engenharia CEiiA, um dos parceiros e que construiu o nanossatélite, irá processar os dados e as imagens para efeitos de estudos científicos.

As universidades do Algarve, Porto e Minho, o Instituto Superior Técnico e o Imar - Instituto do Mar, entre outros, dão o suporte científico à missão, à qual se associou também o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT, na sigla inglesa), nos Estados Unidos, através do programa de cooperação MIT-Portugal.

O nanossatélite, que começou a ser trabalhado em 2020, representa um investimento de 2,78 milhões de euros, cofinanciado em 1,88 milhões de euros pelo Feder – Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional.

 
 
 
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