Marco Martins quer empresa metropolitana na "cadeia de comando" para pôr rede Unir a cumprir horários

Marco Martins quer empresa metropolitana na "cadeia de comando" para pôr rede Unir a cumprir horários
Lusa
| Porto
Porto Canal/Agências

O presidente da (TMP), que foi esta segunda-feira formalmente constituída, quer que a empresa lidere a "cadeia de comando" da operação da Unir, para que a rede de autocarros cumpra os horários publicados.

"Sei que a maior prioridade da empresa, e a primeira, será pôr a Unir a cumprir os horários. Depois, outros passos virão", disse esta segunda-feira aos jornalistas Marco Martins, após ter sido formalizada a escritura de constituição da TMP, na sede da Área Metropolitana do Porto (AMP), tendo dito na cerimónia de assinatura que a empresa já vem "com cinco anos de atraso".

Questionado quando deixarão de acontecer situações como, por exemplo, a alteração de horários sem ser dado o conhecimento público primeiro, Marco Martins afirmou que por si "era ontem", mas também advertiu que não será "amanhã" que os problemas serão resolvidos.

"Tem que haver alguém que regule e, obviamente, tem que haver uma cadeia de comando e condutora. Quando eu digo que isto [a operação Unir] é um incêndio [...] que temos de apagar, é que há uma estratégia que tem de ser implementada e definida por mim e pela administração que vai comigo trabalhar, para que as coisas comecem no terreno a notar-se", frisou.

Nos últimos dias, vários passageiros do lote da Unir que serve Gaia e Espinho têm-se manifestado publicamente quanto a falhas recorrentes no cumprimento dos horários, que estarão a ser alterados mas ainda não foram divulgados.

Para Marco Martins, "será obviamente uma prioridade" mudar a situação.

"Ainda hoje tivemos uma mudança significativa em Matosinhos [e Maia e Trofa], e bem, que era necessária e já vem tarde", disse, referindo-se à alteração da numeração das linhas de autocarro da Unir naqueles concelhos.

Quanto a outros desenvolvimentos, Marco Martins sinalizou que espera que "daqui a dois meses" haja mudanças efetivas.

"É necessária a fiscalização, quer aos operadores, que é o que está a falhar em primeiro lugar, mas também, pedagogicamente, ao passageiro, como é evidente", afirmou.

Para já, a empresa vai absorver o pessoal da divisão de mobilidade da Área Metropolitana do Porto, da Transportes Intermodais do Porto (TIP) "e algumas que estão cedidas já pela STCP e pela Metro do Porto, cerca de 40 pessoas para o arranque", prevendo-se que chege às 70 pessoas.

A TMP integrará as valências do TIP, que gere o sistema Andante (participado em igual percentagem - 33,3% - pela CP, Metro do Porto e STCP), e as competências da AMP em termos de mobilidade e transportes, gerindo também os contratos com os operadores da Unir.

O presidente da TMP pretende "aprender com aquilo que Lisboa também já fez, naturalmente com erros, com virtudes, mas também trabalhar em cooperação com a TML [Transportes Metropolitanos de Lisboa], para que naquilo em que a TML já avançou, o Porto também possa reconquistar esse espaço perdido".

Marco Martins sinalizou ainda a necessidade de realização de um "trabalho de fundo no Andante, que tem já 20 anos, uma questão de medidas do passado que foram tomadas e que agora terão que ser, com calma, progressivamente e de forma sustentada, revertidas".

"Dou um exemplo: nós temos uma grande dificuldade na gestão de dados porque, por exemplo, os validadores são de cada operador. É um sistema com bilhete único e depois temos máquinas com tecnologias repartidas a contratos, com subcontratação", ilustrou.

Posteriormente, haverá "muita potencialidade na gestão da mobilidade sustentável, da mobilidade partilhada, dos TVDE e por aí fora", observou.

A TMP começará a funcionar em pleno em 01 de fevereiro, esperando Marco Martins que a AMP "possa, ainda este mês, na reunião do Conselho Metropolitano de 31 de janeiro, aprovar o contrato-programa" com a TMP.

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