Sindicato quer situação de 70 enfermeiros precários do hospital de Viseu resolvida

Sindicato quer situação de 70 enfermeiros precários do hospital de Viseu resolvida
| Norte
Porto Canal/ Agências

O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) exigiu esta quinta-feira a resolução da situação de 70 enfermeiros do hospital de Viseu que têm vínculo precário, numa altura em que se prevê o aumento do número de doentes devido ao frio.

Em declarações aos jornalistas à entrada do hospital, Alfredo Gomes, da direção do SEP, disse que o novo conselho de administração da Unidade Local de Saúde (ULS) Viseu Dão Lafões está a tentar resolver o problema desde que tomou posse, mas encontra-se “de mãos atadas”.

“Colocou à direção executiva do SNS (Serviço Nacional de Saúde) a questão da necessidade de passar estes contratos a contratos sem termo e, para além disso, contratar mais enfermeiros”, mas “a direção executiva continua a adiar a solução”, lamentou.

Segundo Alfredo Gomes, na sexta-feira passada o conselho de administração da ULS reuniu com a direção executiva do SNS e, “mais uma vez, não saiu carta branca para resolver o problema”, com o argumento de que “a autorização tem de ser superior, ou seja, do Ministério da Saúde”.

“Não sabemos porque que é que se empurra de um lado para o outro e não se resolve o problema”, afirmou.

Com o frio que se tem feito sentir e uma maior afluência de doentes, o dirigente sindical teme complicações nos serviços, devido à falta de enfermeiros para responder ao plano sazonal.

“Mais uma vez, os enfermeiros vão ser chamados a fazer horas e horas para além daquelas que tinham de fazer, quando há enfermeiros no desemprego e que querem trabalhar”, lamentou.

Alfredo Gomes lembrou que já desde a pandemia de covid-19 “os enfermeiros têm horas e horas a mais e algumas ainda não foram compensadas”.

“Como é que a própria direção executiva do SNS e o Ministério da Saúde não põem os olhos nisto e não autorizam o conselho de administração a estabelecer contratos de trabalho e a transformar estes contratos – alguns da altura da covid – a contratos sem termo?”, questionou.

O dirigente sindical referiu que o conselho de administração da ULS pediu à direção executiva do SNS mais 50 enfermeiros além dos 70 que se encontram em situação precária.

“Estes 70 seriam para transformar os contratos que estão a termo incerto em contratos sem termo. Mas, para além destes 70, conseguia ir à bolsa de recrutamento que tem de buscar cerca de 50 enfermeiros para reforçar os serviços. Não sendo o ideal, pelo menos já conseguia resolver algumas situações dos serviços”, explicou.

Ana Silva, de 31 anos, integra o grupo de 70 profissionais que estão em situação precária. Enfermeira há oito anos, está no seu terceiro contrato de substituição no hospital de Viseu.

“Durante estes três contratos eu nunca mudei de serviço e a pessoa que aparece no contrato é sempre uma pessoa diferente, ou seja, eu não substituo ninguém, eu tenho o meu lugar na instituição e não entendo o motivo de não darem um contrato efetivo”, disse aos jornalistas, acrescentando que, devido à instabilidade da sua situação, já equacionou emigrar.

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