Nelas, 29 ago (Lusa) -- A associação Ambiente em Zonas Uraníferas (AZU) criticou hoje um "novo abate de cedros" feito pela Câmara de Nelas, junto à Avenida João XXIII, que considera mais um "atentado ao meio ambiente".

"Desta vez, o ataque da Câmara de Nelas aos cedros existentes na vila foi junto à Avenida João XXIII, onde coabitavam cedros e tílias, há muitos e longos anos", lamenta a AZU, em comunicado.

A AZU recorda que, já em fevereiro, o executivo tinha feito "uma total destruição dos cedros existentes no Largo do Município", com o argumento de que estariam podres.

"Este novo abate de cedros veio demonstrar que se havia algum argumento consistente na justificação da Câmara era o executivo camarário não gostar de cedros", acrescenta.

A AZU critica o que diz ser "prepotência camarária, demonstrando que, afinal, as árvores não são um bem da natureza", mas sim "património exclusivo dos senhores autarcas que decidem ao seu belo prazer e, por isso, ao arrepio da população, quando e como devem cortar as árvores".

Contactado pela agência Lusa, o presidente da Câmara de Nelas, Borges da Silva, explicou que se tratavam de "cedros com 10/15 anos, a maioria deles infestados por silvas e que estavam a cair para o terreno de um particular".

"As tílias, essas sim muito antigas e que constituem a identidade da Avenida João XXIII, ficaram intactas", garantiu.

Segundo o autarca, o corte destes cedros, "que não tinham qualquer valor", foi feito no âmbito de uma ação de limpeza daquela avenida, numa altura em que se prepara a 23.ª Feira do Vinho do Dão (que arranca na próxima semana).

Esta ação de limpeza teve também como objetivos prevenir incêndios e garantir a salubridade pública, acrescentou.

"Só temos tido elogios da população", garantiu, lembrando que este executivo, eleito há menos de um ano, já plantou mais de 300 árvores no concelho.

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