Viaduto do Matadouro sobre a VCI vai ser construído em maio de 2025
Pedro Benjamim
O viaduto sobre a VCI, incluído na reconversão do antigo Matadouro de Campanhã, tem previsão de construção para maio de 2025, avança ao Porto Canal fonte da Emerge. A promotora do projeto detalha que a fundação de betão já está “executada” e que o pilar “será executado até ao final deste ano”.
Com construção prevista para maio de 2025, o novo viaduto que irá atravessar a VCI será colocado “com auxílio de uma grua posicionada no terreno do Matadouro”.
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Novo viaduto “será um gesto muito simples”
O viaduto vai criar um novo acesso entre o Matadouro e a estação de Metro Estádio do Dragão e “será concretizado em estrutura metálica”, aponta fonte da promotora do projeto.
Este elemento do projeto de reconversão do antigo Matadouro de Campanhã, assinado pelos arquitetos da OODA em co-autoria com o escritório japonês de Kengo Kuma, sofreu alterações, impostas pela Infraestruturas de Portugal (IP), devido à área de proteção da VCI, e que viria também a obrigar a uma diminuição da dimensão da cobertura do Matadouro.
“Inicialmente queríamos que uma parte da composição que advém da nossa cobertura e também da fachada do edifício-ponte que pudesse prolongar para que quem passasse visse essa continuidade e isso ficou bastante reduzido. Ficou limitado ao afastamento obrigatório de dez metros”, explica o arquiteto Diogo Brito, da OODA, em entrevista ao Porto Canal.
“A ponte é uma peça muito simples, que será apoiada no local e depois tem uma obrigatoriedade da IP de nós conseguirmos umas guias de segurança com dois metros de altura, são imposições”, frisa.
Houve ainda alterações na identidade daquela estrutura também relacionadas com a decisão de não colocar qualquer revestimento nas nas faces laterais do viaduto “sob pena de poderem cair algumas coisas e com isso o nível de perigosidade aumentava imenso”, afirma.
Desta forma este viaduto “é muito limitado e será um gesto muito simples”, caracteriza o arquiteto.
A reconversão
O projeto de reconversão do promotor imobiliário Emerge, do grupo Mota-Engil, consiste num conjunto de edifícios para acolher empresas, mas também reservas de arte, museus, auditórios, restauração e projetos de coesão social. Dos cerca de 26 mil metros quadrados, a reconversão prevê a utilização de cerca de 20.500 metros quadrados. Destes, 12.500 metros destinam-se a espaço empresarial, a ser explorados pela Mota-Engil, e o restante a espaços a serem explorados pelo município.
“Da área total, 60% será para negócios e vamos reservar 40% para nós. O que queremos fazer ali? Em primeiro lugar, arte pública, a Galeria Municipal”, explicava Rui Moreira, em junho de 2022.
O investimento de mais de 40 milhões de euros será integralmente assegurado pela Mota-Engil e no final dos 30 anos da concessão, o equipamento regressa à esfera municipal.
O M-ODU, nome com que foi batizado o novo Matadouro, deverá estar concluído no início de 2025. Em março de 2023 era anunciada a nova data de conclusão devido à complexidade da obra e o envolvimento de várias entidades públicas que exigiram adaptações ao programa. Após consulta das Infraestruturas de Portugal, a cobertura do novo centro empresarial e cultural de Campanhã teve que ser alterada, para não interferir com o normal funcionamento da VCI.
Já em setembro de 2023, era anunciado que o edifício onde atualmente está a 4ª esquadra da PSP será demolido.