Mayan cai sozinho. Executivo da União de Freguesias da Foz do Douro demarca-se do presidente demissionário
Ana Francisca Gomes
O executivo da União de Freguesias de Aldoar, Foz do Douro e Nevogilde, formado por uma coligação entre o PSD e o movimento independente de Rui Moreira, demarcou-se “de forma clara” das ações de Tiago Mayan, que levaram à sua demissão.
“Os restantes elementos do executivo demarcam-se de forma clara de quaisquer atos que o atual Presidente tenha praticado no exercício das suas funções e que estarão na base da sua demissão”, pode ler-se num comunicado enviado às redações.
O executivo foi informado na passada quarta-feira, dia 6 de novembro, do pedido de demissão de Mayan, informando que antes dessa data não “tiveram conhecimento direta ou indiretamente dos atos que estão na origem da demissão”.
O comunicado foi assinado por Ana Furtado e Francisco Lourenço, que na noite de quinta-feira recusaram prestar declarações ao Porto Canal, e por José Ramos, Laura Brito, Cláudia Bravo e Germano Castro Pinheiro. Os eleitos afirmaram pretender “dar continuidade ao trabalho até agora desenvolvido, fazendo tudo o que estiver ao seu alcance para merecer a confiança de quem os elegeu”.
Em causa está a falta de cumprimento de prazos para enviar documentação relativa ao Fundo de Apoio ao Associativismo Portuense. Os documentos, que deveriam ter sido entregues em abril, só foram entregues pela junta à autarquia em setembro, confirmou o Porto Canal junto de fonte da Câmara do Porto.
Na ata da reunião de quarta-feira, quando apresentou a sua demissão, Mayan admitiu ter falsificado as assinaturas do júri desta edição - que contemplava um valor global de 875 mil euros.
Mayan pertence ao movimento independente de Rui Moreira desde 2013. Faz parte da União de Freguesias desde 2017, ano em que foi eleito deputado suplente na assembleia de junta.
Depois de em 2020 ter sido o candidato da Iniciativa Liberal na corrida à Presidência da República, o advogado de formação candidatou-se em julho à liderança do partido - que se disputa no início de 2025. Tiago Mayan Gonçalves, que tem sido o rosto da oposição interna a Rui Rocha, afirmou à data considerar que o partido precisa de mudança, amplitude, alcance e arrojo.