Carlos emigrou por uma vida melhor e morreu a salvar a empresa

Carlos emigrou por uma vida melhor e morreu a salvar a empresa
| Norte
Porto Canal

O governo federal do Brasil expressou, esta quarta-feira, “profundo pesar” pelos mortos provocados pelos incêndios florestais que têm devastado Portugal. Entre as vítimas está o brasileiro Carlos Eduardo, de 28 anos, que acabou engolido pelas chamas em Albergaria-a-Velha, enquanto tentava recuperar máquinas da empresa para a qual trabalhava. O Consulado do Brasil no Porto já demonstrou disponibilidade para auxiliar a família do jovem natural de Recife.

 
 
 
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Seguido por milhares de internautas, era conhecido nas redes sociais pela alcunha de Chantilly Papai e tinha o sonho de ser músico e bailarino.
Apaixonado pelo samba, era um rosto bem conhecido do carnaval de Ovar.

Carlos Eduardo nasceu na favela do Coque, na periferia de Recife, no Nordeste brasileiro e era o mais novo de 16 irmãos. A ambição de conseguir melhores condições de vida conduziu-o a Portugal, onde estava há cinco anos.

Pai de uma filha pequena, morava no bairro da Severa, em Águeda, numa casa partilhada com outros compatriotas.

Portugal castigado pela impetuosidade das chamas

São já sete as vítimas mortais da vaga de incêndios que atinge sobretudo o norte do país, entre eles Carlos Eduardo. O emigrante brasileiro seria encontrado carbonizado, por volta das 15h30 de segunda-feira, na zona florestal do Sobreiro, em Albergaria-a-Velha, onde o incêndio engoliu tudo por onde passou.

O brasileiro era funcionário de uma empresa que se dedica à exploração florestal e, numa tentativa de recuperar alguma maquinaria que se encontrava numa zona afetada pelo incêndio, não terá conseguido escapar, acabando por falecer.

O corpo passou por autópsia no Instituto Nacional de Medicina Legal (IML), desconhecendo-se ainda se será enterrado em Portugal ou no Brasil.

O Consulado do Brasil no Porto está em contacto permanente com os parentes do jovem que tragicamente perdeu a vida, agudizando a dor nacional decorrente do flagelo dos incêndios que já consumiram mais de 106 mil hectares, segundo o sistema europeu Copernicus, e que mostra que nas regiões Norte e Centro já arderam perto de 76 mil hectares.

O Governo declarou situação de calamidade em todos os municípios afetados pelos incêndios nos últimos dias.

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