Próximas 24 horas "vão continuar a ser muito complexas" no combate aos fogos
Porto Canal / Agências
As próximas 24 horas “vão continuar a ser muito complexas” no combate aos incêndios que lavram há vários dias nas regiões Norte e Centro de Portugal Continental, alertou esta quarta-feira o comandante Nacional de Emergência e Proteção Civil.
Numa conferência de imprensa, na sede da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), em Carnaxide, no concelho de Oeiras (Lisboa), para fazer o ponto de situação às 20h00 do combate aos incêndios que lavram no país, André Fernandes destacou que “em particular a madrugada e o dia de amanhã [quinta-feira] vão continuar a ser muito complexas”,
De acordo com o responsável, os incêndios “têm ainda muita intensidade e energia”.
Às 19h30, a proteção civil contabilizava 34 incêndios ativos, sendo que destes 18 assumiam uma dimensão “significativa” e mobilizam mais meios.
“Dezoito ocorrências significativas, que nos preocupam e que mantemos o acompanhamento e uma gestão mais direta”, explicou André Fernandes, referindo que estes fogos estão centralizadas na região de Aveiro (dois), sub-região de Viseu Dão Lafões (cinco), Alto Tâmega e Barroso (quatro), Área Metropolitana do Porto (um), sub região do Douro (um) e Tâmega e Sousa (cinco).
No combate a estes 18 incêndios estavam envolvidos 2.434 operacionais, apoiados por 734 meios terrestres e 23 meios aéreos.
Por outro lado, André Fernandes referiu que as autoridades mantêm o acompanhamento dos incêndios que entraram em fase de resolução e conclusão, num total de 22, para os quais estavam mobilizados 1.625 operacionais, apoiados por 508 meios terrestres e um meio aéreo.
O comandante nacional destacou ainda dois dos quatro incêndios ativos que lavram entre a Área Metropolitana do Porto e a região de Aveiro, em Oliveira de Azeméis e Albergaria-a-Velha.
Por outro lado, as autoridades conseguiram dominar na zona do Tâmega e Sousa o incêndio de Baião e na Área Metropolitana do Porto o fogo que lavra em Gondomar.
Ao final da tarde de hoje, as autoridades mantinham ativos 13 planos municipais de emergência e dois distritais (Aveiro e Porto).
Relativamente às vítimas mortais decorrentes dos incêndios, André Fernandes reiterou que o número contabilizado pela ANEPC é de cinco, uma vez que é essa a indicação do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM).
Nesse sentido, não são contabilizados os dois civis que morreram de doença súbita.
Assim, até agora as autoridades contabilizam 150 vítimas, entre as quais cinco mortos, 12 vítimas com ferimentos graves e 65 com ferimentos ligeiros. Outras 68 pessoas foram assistidas.
Às 20h00, não havia o registo de qualquer via rodoviária ou ferroviária cortada por causa dos incêndios, contudo o responsável aconselhou a população a consultar a informação atualizada da Guarda Nacional Republicana e da Polícia de Segurança Pública.
“Terminava com um renovar daquilo que são as mensagens chave. Tolerância zero ao uso do fogo, adequação dos comportamentos face ao perigo do incêndio rural e a redução de ignições, que é fundamental para garantirmos que haja maior tranquilidade”, aconselhou.
A área ardida em Portugal continental desde domingo ultrapassa os 106 mil hectares, segundo o sistema europeu Copernicus, que mostra que nas regiões Norte e Centro, já arderam perto de 76 mil hectares.
O Governo declarou situação de calamidade em todos os municípios afetados pelos incêndios nos últimos dias e alargou até quinta-feira a situação de alerta, face às previsões meteorológicas.