Estação de metro do Hospital de Santo António está a ser feita “com pinças”

Estação de metro do Hospital de Santo António está a ser feita “com pinças”
Foto: Alexandre Matos | Porto Canal
| Porto
João Nogueira

É a 25 metros de profundidade do Jardim do Carregal que prosseguem os trabalhos da futura estação Hospital Santo António, a mais profunda da Linha Rosa da Metro do Porto. De todo o traçado, é naquele ponto da obra que os cuidados têm de ser mais redobrados, uma vez que a área intervencionada é mais delicada. Com a escavação praticamente concluída, as máquinas avançam agora por fases para que, até julho de 2025, os passageiros tenham um acesso de metro mesmo à porta das urgências do hospital e do Museu Soares dos Reis.

 
 
 
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Quem passa nas imediações do Jardim do Carregal só se apercebe das obras da futura estação devido ao estaleiro. O barulho das máquinas passa despercebido, uma vez que trabalham agora a 25 metros de profundidade.

Das quatro estações da Linha Rosa, é aqui que os trabalhos parecem estar mais atrasados. Mas o nível de complexidade também é maior, explicou ao Porto Canal o engenheiro responsável pelo traçado, Pedro Lé Costa.

“O espaço disponível, que era o Jardim do Carregal, não podia ser tocado pelas razões que todos sabemos. Estamos a falar do último Jardim Romântico, árvores centenárias, então a única solução que tivemos foi fazer uma estação 100% mineira”, explicou o engenheiro.

Os cuidados são acrescidos e prova dessa complexidade é ter o teto da futura estação a apenas nove metros de distância das árvores centenárias do Carregal, com a escavação a passar a poucos centímetros do Túnel de Ceuta. Além disso as perícias foram constantes para preservar o edificado à superfície, nomeadamente o Instituto de Medicina Legal e o Hospital de Santo António.

Devido ao baixo recobrimento e a toda a área da obra, os trabalhos avançam por fases para não haver o risco de danos. “As obras não podem ser feitas de uma só vez. Para não correr riscos de deformações na superfície ou danos nas infraestruturas da envolvente, a empreitada está agora a avançar com as estruturas dos futuros acessos da estação”, expôs Pedro Lé Costa.

Neste momento a escavação está 95% concluída, mas as equipas estão a fazer um recobrimento de betão armado nas estruturas. Com as mesmas devidamente consolidadas, a Metro deve avançar, dentro de três meses, para a construção do cais de 70 metros por onde vão circular os veículos.

Acesso direto às urgências obriga a desvio de mina

À semelhança do que aconteceu na zona de São Bento com o Rio da Vila, o acesso que vai ficar mais perto das urgências do Santo António obrigou ao desvio da Mina do Rosário, praticamente “desconhecida ao público”, disse Pedro Lé Costa.

O acesso à porta das consultas externas do hospital foi um entendimento entre a Metro do Porto e da Câmara do Porto, antes da consignação da linha e que obrigou à alteração do projeto. Foi necessário fazer um túnel com mais 20 metros.

Alusão ao museu nos corredores da estação

O túnel de 20 metros que vai dar acesso às urgências hospitalares também vai servir de entrada ao Museu Soares dos Reis. A ideia é que, quando os passageiros circulem naquela galeria, já tenham alusões ao museu. “No fundo, uma imersão ou antecâmara de quem vai visitar o museu”, explicou Pedro Lé Costa.

A ideia ainda não está fechada, mas está a ser discutida entre a Metro do Porto, a Câmara do Porto e o próprio Museu Soares dos Reis. “Há o desejo de várias pessoas em fazer isso. Vamos ver se o conseguimos concluir”, concluiu o engenheiro da Linha Rosa.

No total, a construção da Linha Rosa (ou Circular) custou 304,7 milhões de euros. A intenção é que o traçado comece a receber passageiros a partir do final de julho de 2025, estando previsto que todos os túneis estejam concluídos no primeiro trimestre do próximo ano.

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