A “caixa de bolachas” do Porto. Qual a história do Cubo da Ribeira?

A “caixa de bolachas” do Porto. Qual a história do Cubo da Ribeira?
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Construído em 1983, o Cubo da Ribeira é hoje em dia um dos pontos mais visitados do Porto e tela de fundo para fotografias de milhares de turistas de todos os cantos do mundo. A colocação da estrutura, há quarenta anos, foi alvo de polémica e controvérsia entre os portuenses, numa altura em que escasseavam nas ruas da cidade esculturas contemporâneas, tendo aquele objeto diferente e inovador contribuído para o revolucionar da arte urbana do Porto.

 
 
 
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Trata-se de uma escultura da autoria de José Rodrigues, construída após Portugal ser libertado de um regime ditatorial, com o intuito de recordar que foi de “uma cidade portuária e mercantil que o Porto nasceu, se afirmou e cresceu ao longo dos séculos”, conta o historiador Joel Cleto ao Porto Canal.

Uma obra de arte que foi concebida no século XX, com 600 quilos de bronze em faces de dois metros por dois metros. O elemento arquitetónico de proporções perfeitas e complexas mais tarde viria a tornar-se, para muitos, o “coração da cidade do Porto”.

A peça inicialmente surpreendeu quem por ali passava, acabando por ser apelidada de “caixa de bolachas da Ribeira”, isto porque “quando o cubo é inaugurado e ali aparece não tínhamos muita arte contemporânea, enquanto obra pública na cidade”, explica o arqueólogo, que caracteriza o monumento como “algo completamente inusitado”.

Em 1980, quatro anos antes da construção desta representação artística, o local foi alvo de uma escavação arqueológica. Pode dizer-se que foi das primeiras intervenções onde os arqueólogos utilizaram novas metodologias científicas na cidade do Porto.

Numa escavação de Armando Coelho Ferreira da Silva, foram encontrados, a cerca de um metro de profundidade da Praça da Ribeira, “vestígios de uma fonte do século XVII”, que foi reconstruída, mais tarde, com pedras encontradas nas escavações.

Em 1984, o Cubo da Ribeira era construído na parte superior da fonte, “numa superfície de água, igual ao desenho do tanque original”, datado do século XVII, revela Cleto.

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Portanto, até aos dias de hoje, o Cubo da Ribeira encontra-se suspenso no repuxo de água que vem da fonte, algo que, de acordo com o historiador, o autor desta escultura quis reconhecer. “Aquele elemento de água é uma representação do rio (...) a verdade é que é o rio Douro que suporta e dá estabilidade à cidade que aqui está representada pelo cubo”, finaliza.

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