Moreira proíbe estacionamento à superfície e garante uso do parque que autarquia adquire no Centro Histórico
João Nogueira
O presidente Rui Moreira foi claro nas suas intenções: "Nós vamos proibir o estacionamento à superfície”. A informação foi avançada pelo autarca durante a Assembleia Municipal desta segunda-feira, após questionado pela oposição sobre a compra de um parque de estacionamento no Centro Histórico, numa zona onde “há vários parques e a oferta é maior que a procura” e vão existir duas estações de metro relativamente próximas.
O parque de estacionamento em discussão, sita no número 221 da Rua do Instituto dos Cegos de S. Manuel, tem três pisos, a capacidade para albergar 249 veículos. Na zona, os carros invadiram a via pública porque os moradores não têm garagens. O custo é de três milhões de euros. A proposta foi aprovado por maioria, com abstenção da CDU.
Mas a aquisição gerou um debate entre o presidente da autarquia portuense e o deputado da CDU, Rui Sá, que questionou a fundamentação da compra do parque. “Nós temos aqui um parque de estacionamento que está pronto há 14 anos e que nunca foi posto de exploração”. “Vamos passar a ter duas estações do metro nas proximidades a servir este grande quarteirão, (questionar) se isto vai ter ou não impacto na redução da procura automóvel que é necessária para esta para esta zona”, acrescentou.
Em resposta, Rui Moreira indicou que não haverá risco de procura para o parque de estacionamento e garante que não ficará vazio: “Nós vamos proibir o estacionamento à superfície. Não vamos ter falta de procura porque vamos substituir a procura atual do estacionamento à superfície, dizendo às pessoas: 'desculpem lá, vocês vão ter de pôr os carros no parque'".
A estratégia é libertar as ruas de carros estacionados, promovendo uma maior fruição do espaço público, esclareceu o autarca que disse que haverá um tarifário “que será aprovado” posteriormente “e compatível com o poder de compra”.
Rui Moreira defendeu ainda que esta medida se insere numa visão mais ampla de reorganização urbana. "Estamos a falar numa malha da cidade complexa, com quarteirões grandes, onde o automóvel se apropriou do espaço público", afirmou.
O presidente sublinhou a necessidade de criar condições para os moradores estacionarem os seus carros, sem necessariamente os utilizarem frequentemente, mas mantendo a possibilidade de o fazerem quando necessário.
Realçou que, em semelhança ao que já aconteceu em outras zonas da cidade, a população resiste à possibilidade de obras de parques deste género. “Aqui tínhamos a chave na mão”, sublinhou o edil.