“As festas de São João não precisam de ser classificadas”
Ana Francisca Gomes
Para Rui Moreira as festas de São João no Porto não precisam de ser classificadas. O edil portuense considera que há classificações mais importantes, como as dos órgãos musicais que existem na cidade. As declarações do autarca surgem depois da entrevista de Hélder Pacheco ao Porto Canal, onde o historiador afirmou que a “noite mais longa do Porto” devia ser candidata a “Património da Humanidade”.
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“Esse assunto nunca teve andamento, nunca mais foi tema”, frisou o presidente da Câmara do Porto na reunião pública do executivo desta segunda-feira. “Por acaso no outro dia li sobre isso e é uma coisa que eu acho que o próximo executivo pode pensar. Eu acho que a festa do São João, se quer a minha opinião, não precisa de ser classificada. O que é que nós ganhamos com isso?”, questionou Moreira.
“Não sei depois não nos vão dizer que o fogo não pode ser lançado com música estrangeira, tem que ser lançado com música de 1832. Não sei se não vão querer transformar as festas de São João numa realidade arqueológica”, atirou.
O autarca considera que de momento há classificações mais importantes, como a que o município está a preparar para os órgãos musicais existentes na cidade.
A questão foi levantada pela vereadora da CDU Ilda Figueiredo, que recordou o falecido vereador com o pelouro da Cultura Paulo Cunha e Silva, responsável pelo início da discussão de uma eventual candidatura das festas de São João a património imaterial de Portugal.
Em véspera das celebrações deste ano, o historiador portuense Hélder Pacheco considerou, em entrevista ao Porto Canal, que o São João do Porto devia “procurar uma candidatura a Património da Humanidade” pela sua relevância “histórica, social e cultural”, em parte “porque há festas muito menos relevantes noutros sítios que já o são”.