Obras de 32 milhões de euros na Linha de Leixões para mercadorias suprimem 5 passagens de nível

Porto Canal / Agências
As obras de 32 milhões de euros para aumentar a capacidade da Linha de Leixões para mercadorias, cujo concurso foi lançado em junho, vão suprimir cinco passagens de nível, de acordo com os documentos do projeto consultados pela Lusa.
Segundo os documentos, em causa na empreitada está a "supressão de três passagens rodoviárias, uma passagem pedonal e um atravessamento pedonal de nível".
Concretamente, em causa está a supressão de duas passagens de nível em São Gemil (Maia), dando lugar a uma passagem inferior rodoviária, o prolongamento da Rua de Pandelo e o respetivo arruamento.
Incluem-se também no projeto uma supressão de um atravessamento pedonal ao quilómetro 7,315 da Linha de Leixões, uma passagem de nível com substituição por passagem superior pedonal ao quilómetro 7,930, com restabelecimento da Levadinha, e a supressão de uma passagem de nível e atravessimento de via em São Mamede de Infesta, com a respetiva rampa e restabelecimento da zona da estação.
A empreitada inclui também o aumento do comprimento das linhas de resguardo nas estações de Contumil e São Mamede de Infesta, bem como a "reformulação dos feixes de receção/expedição do Terminal de Leixões", dotando o terminal de Leixões "com linhas que permitam receber/expedir comboios de 750 metros de comprimento".
Também está incluída a construção de uma nova ponte sobre o rio Leça, de forma a comportar seis linhas de comboio, ao contrário das atuais duas na atual ponte, que será demolida.
A empreitada posta a concurso pela Infraestruturas de Portugal (IP) em 20 de junho não implica qualquer duplicação da linha nem está diretamente relacionada com a abertura da linha a passageiros prevista para final do ano, anunciada pelo anterior Governo em março.
"O desenvolvimento destes estudos e projetos associa-se ao objetivo do aumento da capacidade de tráfego, para comboios até 750 metros, de mercadorias na Linha de Leixões. Através da intervenção em pontos cirúrgicos pretende-se realizar uma renovação desta infraestrutura, com uma significativa influência no tráfego de mercadorias associada ao Porto de Leixões", pode ler-se nos documentos do projeto.
O montante de 32 milhões de euros, financiado por fundos europeus, para a empreitada é repartido pelos anos de 2025 (quatro milhões de euros), 2026 (16,8 milhões) e 2027 (11,2 milhões), segundo uma autorização de despesa da IP datada de abril.
Em setembro de 2023, a IP encomendou um estudo de procura e análise custo-benefício sobre tráfego de mercadorias na Linha de Leixões, excluindo passageiros, dois anos após um projeto de execução para obras aprovado pela Agência Portuguesa do Ambiente.
O estudo visava dar suporte "às candidaturas e aceder a recursos financeiros para apoio à modernização e aumento da capacidade ferroviária da rede nacional ferroviária, no âmbito do programa Ferrovia 2020", cujos investimentos "podem ser candidatados ao Quadro Financeiro Plurianual 2021-2027".
Em 2021, de acordo com o portal participa.pt, esteve em consulta pública um Estudo de Impacto Ambiental (EIA) deste projeto, que teve parecer favorável condicionado em 22 de novembro de 2021, com Título Único Ambiental (TUA) com validade até novembro de 2025.
O estudo não faz qualquer referência ao tráfego de passageiros na Linha de Leixões, circular ferroviária do Porto, cujo serviço a passageiros, encerrado desde 1987 e reaberto parcialmente entre 2009 e 2011, deverá voltar a abrir no final do ano.
Numa primeira fase estão previstos até dois comboios por hora que servirão as paragens de Campanhã, Contumil, São Gemil, Hospital São João (novo apeadeiro), São Mamede de Infesta, Arroteia (novo apeadeiro junto à Efacec) e Leça do Balio, partindo de Ovar ou de Campanhã.
Numa segunda fase, o serviço poderá ser estendido a Leixões/Senhor de Matosinhos, com paragem em Guifões e Araújo/Custió.