“Isto é quase como no Mónaco”. Circuito Internacional faz de Vila Real a capital do automobilismo até domingo

“Isto é quase como no Mónaco”. Circuito Internacional faz de Vila Real a capital do automobilismo até domingo
| Norte
Fábio Lopes

O Circuito Internacional de Vila Real recebe, este fim de semana, a 53ª edição, dedicada aos carros clássicos, num ano de recorde de inscritos e em que colaboram cerca de 300 voluntários.

 
 
 
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Mais do que somente as corridas, o evento representa “uma celebração do Douro, do Alvão, do Marão”, juntando milhares de aficionados que vão pintando a capital transmontana, num clima de profundo entusiasmo.

“Eu fui criado no miolo, no interior do circuito. A gasolina corre-me nas veias na mesma velocidade que o sangue”, sublinha Luís Conde, um confesso apaixonante dos desportos motorizados e presença assídua no circuito mais antigo do país, cujo traçado faz as delícias dos milhares de espectadores.

“Isto é como no Mónaco, quase. Só nos falta a Marina. Já disse ao presidente a ver se fazia uma”, refere em tom humorístico Otelo de Carvalho, enfatizando as particularidades que fazem deste traçado um dos mais entusiasmantes que conhece.

“É um trajeto sinuoso em que as pessoas estão muito próximas da ação, dos carros, dá uma adrenalina extra”.

Mais do que a mera emoção da pista

“Este não é apenas um fim de semana de corridas. É um fim de semana de celebração do Douro, do nosso Alvão, do nosso Marão, das nossas cristas, dos nossos colhetos, do nosso barro preto de Bisalhães”, defende Alexandre Favaios, vice-presidente da Câmara de Vila Real, sublinhando a importância histórica, social e económica do evento que é responsável por gerar milhões de euros, em restauração, hotelaria e comércio.

53ª edição de uma densa história

A capital transmontana é um destino indissociável da história do desporto automóvel nacional, tendo sido o ponto de partida de alguns dos primeiros campeões e lendas da modalidade, alavancando Portugal no panorama das grandes corridas internacionais e colocando os holofotes mediáticos nesta região do Douro.

Uma narrativa que nasceu durante a segunda década do século XX, quando um grupo de apaixonados pela adrenalina dos desportos motorizados começa a organizar algumas gincanas, pequenas perícias de automóveis, concursos de elegância e feiras de automóveis, que imediatamente começam a atrair a atenção e entusiasmo do público.

Eram assim lançadas as bases para o arranque oficial, a 15 de junho de 1931, da primeira edição do Circuito Internacional de Vila Real, organizado pela mesma comissão de pessoas que coordenava as Festas da Cidade.

De forma a fazer face aos custos que a organização das provas implicava, foi criado um imposto sobre cada quilo de carne vendido na cidade. Tempos longínquos num Portugal dos anos 30 que estava mergulhado numa verdadeira turbulência política, social e económica.

Amarras da guerra colocam travão na pista

O ímpeto inicial continuaria até 1939, ano em que foi as corridas foram, forçosamente, interrompidas devido ao começo da IIª Grande Guerra. Apenas 10 anos depois Vila Real voltaria a receber a ser palco de provas de automobilismo, regressando apenas em 1949.

Com a década de 70, chega a época de ouro do Circuito de Vila Real. Nas edições de 71, 72 e 73 as provas trazem dezenas de pilotos conceituados e grandes carros para delírio dos milhares de adeptos que inundavam o “Reino Encantado”, contudo a crise petrolífera e a revolução de abril levaram a nova interrupção em 73, que apenas terminaria em 79.
Posteriormente, as corridas mantiveram-se até 1991, ano em que um trágico acidente vitimou 4 espectadores, levando à suspensão das corridas, que voltaram em 2007, durando até 2010 com a pista a conhecer um novo traçado. suspensão das corridas.

Este ano são assinalados os 10 anos do regresso do circuito a Vila Real, depois de anos de interregno, cumprindo assim uma promessa eleitoral do socialista Rui Santos aquando da primeira candidatura à Câmara de Vila Real, em 2013, que foi concretizada em 2014.

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