“Gosto do martelo, mas depende da martelada”. Qual a tradição preferida dos portuenses no São João?
Alexandre Matos
“Manjerico, martelo e balão. Sem isso não há São João”. Na noite mais longa do Porto, as tradições são muitas, os amuletos vários e aquela que é uma festa secular acaba por ser feita ao gosto de cada um. Os balões são lançados por aqueles que se deliciam com o iluminar do céu, mas há quem prefira martelar (des)conhecidos ou os que apenas querem comer, dançar e cantar. Na noite que enche as ruas do Porto com milhares de pessoas que festejam o São João de diferentes formas, o denominador comum é a diversão e boa disposição características de uma festa que é o espelho da alma da cidade.
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Paula Viana, comerciante no Mercado do Bolhão, brinca que “gosta do martelo”, mas que “depende da martelada”, diz entre risos. “Porque há martelos, há martelinhos e há martelões. Eu gosto de levar, mas é devagarinho”.
Mas do que é que gosta mais? “Olhe, do bailarico. Eu sou muito divertida, gosto muito de dançar. É uma festa muito alegre”.
Já Rosa Cardoso, que vende manjericos e outros ornamentos nos dias anteriores ao São João, na praça da Batalha, não consegue escolher entre as várias tradições. “Gosto de tudo”, conta ao Porto Canal. “Gosto de ver as pessoas na rua, gosto da martelada, de levar com o alho porro”.
Com um brilho nos olhos, Sara Araújo confessa que gosta “mais dos balões”. “Depois da meia-noite, quando a gente lança os balões todos… Fica tão bonito o céu, é uma coisa que é muito bonito mesmo”.
O lançamento dos balões está novamente restrito este ano. A Câmara do Porto anunciou que as pessoas apenas poderão lançá-los durante três horas na noite de São João, entre as 21h45 de domingo e a 01h00 de segunda-feira. Altura na qual o espaço aéreo se vai encontrar encerrado.
Facto relembrado por João Neves, que acha “bonito milhares e milhares de balões no ar”, e que “é uma das coisas que até encerra o aeroporto”.
De forma geral, os portuenses falam daquilo que esperam da noite de São João com grande alegria e esperança. “Que desçam todos à cidade do Porto que são bem acolhidos e o espírito de São João acho que nunca vai acabar”, é a mensagem que Sara Araújo, que vende peixe no Bolhão, deixa para todos - portuenses ou não. “Eu acho que não há igual ao São João, acredite”, conclui.
“Que o pessoal venha todo para a rua, festejar também para não acabar a tradição”, diz Rosa Cardoso.