Reitor da Universidade do Porto quer regresso do Prémio “Ciência na Escola”
Porto Canal / Agências
O reitor da Universidade do Porto vai apelar ao Governo o regresso do prémio “Ciência na Escola”, considerando “incompreensível a forma como um Governo anterior deixou cair” aquele galardão patrocinado pela Fundação Ilídio Pinho.
Numa nota enviada esta sexta-feira à Lusa, a Universidade do Porto refere que António de Sousa Pereira vai aproveitar a cerimónia de atribuição do doutoramento ‘honoris causa’ a Ilídio Pinho, que vai decorrer na segunda-feira, para sensibilizar o atual ministro da Educação, Ciência e Inovação para o valor daquele projeto.
“É incompreensível a forma como um Governo anterior deixou cair o programa do prémio ‘Ciência na Escola’, recusando o mecenato da Fundação Ilídio Pinho”, lê-se.
O Prémio Ciência na Escola foi criado em 2002/ 2003 e, segundo se lê na página da Fundação Ilídio Pinho, pretendia “despertar e estimular o interesse dos jovens para a ciência o mais cedo possível”, tendo tido a sua última edição no ano letivo de 2018/2019, quando era ministro da Educação Tiago Brandão Rodrigues.
“O ministro Fernando Alexandre terá de ser sensível ao valor do projeto “Ciência na Escola”, que, enquanto funcionou, envolveu mais de meio milhão de alunos e professores e promoveu a cultura científica como um fator de valorização humana e um instrumento de desenvolvimento económico”, explica no texto o reitor da Universidade do Porto.
A atribuição do doutoramento ‘honoris causa’ a Ilídio Pinho partiu de uma proposta conjunta das faculdades de Economia, Letras e Belas Artes da Universidade do Porto, devido ao reconhecimento de Ilídio Pinho como “empresário inovador que dedicou uma vida inteira ao desenvolvimento económico, cultural e científico do país”.
Segundo o reitor da Universidade do Porto, “a atual equipa do Ministério da Educação deve usar o relançamento do ‘Ciência na Escola’, não só para valorizar o mecenato de empresários nas ciências e nas artes, mas também como ponto de partida para novos programas de estímulo para as ciências exatas, nomeadamente da matemática, dirigidos aos estudantes dos ensinos básico e secundário”.
António de Sousa Pereira defende ainda que “nenhuma sociedade pode desenvolver-se sem ter um número adequado de quadros com formação tecnológica”.
“O reconhecimento dos grandes méritos do engenheiro Ilídio Pinho é ocasião para valorizar as causas que ele abraçou, nomeadamente a de estimular o gosto pela ciência nos jovens portugueses o mais cedo possível nos seus trajetos escolares”, defende António de Sousa Pereira.