Ale-hop já abriu na antiga Mercearia do Bolhão. Cadeia internacional ocupou lugar de loja histórica
Alexandre Matos
Pouco mais de um mês após o último dia na Mercearia do Bolhão, até então a mais antiga do Porto, a Ale-Hop abriu portas no número 305 da Rua Formosa esta sexta-feira, com a famosa vaca que tanto caracteriza o estabelecimento a ter uma vista privilegiada para o Mercado do Bolhão. Esta é já a quarta loja da cadeia espanhola na baixa do Porto - com uma a pouco mais de 100 metros, na Rua de Santa Catarina -, e a quinta na cidade.
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A transformação foi rápida. Depois do encerramento definitivo da Mercearia do Bolhão a 30 de abril, 7 de junho foi a data escolhida pela Ale-Hop para a inauguração do espaço.
No interior, a loja está irreconhecível para alguém que lá tenha entrado ainda no mês de abril e apenas a fachada se mantém da mercearia que foi centenária. As paredes foram pintadas de branco, as prateleiras e toda a mobília que recheava a mercearia retiradas.
A vaca que fica sempre à entrada de todas as lojas da cadeia espanhola teve que fazer um ligeiro desvio na nova localização na Rua Formosa. Sem espaço para ficar no passeio ou já dentro do espaço, esta foi colocada na varanda que fica diretamente acima da porta de entrada.
Do café, bacalhau, vinho do Porto, frutas e legumes a loja passa agora a oferecer produtos como suportes e capas de telemóveis, peluches, brinquedos, acessórios e outros brindes.
Para já, a Ale-Hop está apenas a arrendar o espaço que pertence a Alberto Rodrigues, dono do prédio inteiro. Mas o proprietário continua a não descartar a opção de vir a vender a loja à cadeia multinacional espanhola.
Sobre as razões do encerramento da mercearia, Alberto Rodrigues queixou-se do negócio a “sofrer”. As pessoas vão ao mais “baratucho”, disse nos dias antes do fecho da loja, atirando-se também para a abertura de grandes superfícies comerciais na zona envolvente.
“Agora o capitalismo selvagem toma conta de tudo, não tem barreiras o capitalismo selvagem”, queixa-se Alberto, acrescentando que as novas superfícies “podem abrir onde quiserem, abafar tudo. Em tempo houve regras, agora não”.
“Chega uma proposta de uma multinacional. Eu faço umas contitas… e acho que ‘já vou nesta embalada’”, confessava enquanto ainda tentava liquidar o resto dos produtos na Mercearia do Bolhão. E na embalada foi.