Mostra Nacional de Ciência leva ao Porto o “talento e ambição" de mais de 300 alunos

Mostra Nacional de Ciência leva ao Porto o “talento e ambição" de mais de 300 alunos
Fundação da Juventude
| Porto
Porto Canal / Agências

A Mostra Nacional de Ciência vai encher, até sábado, a Alfandega do Porto com o “talento, ambição e vontade de fazer diferente” de mais de 300 alunos espelhados em mais de 100 projetos em várias áreas do saber.

Em declarações à Lusa, Susana Castanheira, presidente-executiva do evento - aberto a alunos de todo o país com idades entre os 15 e os 20 anos e organizado pela Fundação da Juventude, copromovida pela Câmara Municipal do Porto, com o apoio da Ciência Viva - salientou que este é um evento que “vai muito além” duma feira de ciência.

“É um encontro de talento, ambição, vontade de querer fazer diferente em várias áreas do saber e conhecimento. É a oportunidade destes jovens mostrarem o seu talento, desenvolverem competências de área científica, desenvolver um projeto e apresentá-lo, desenvolver a forma como fazem chegar a mensagem não só ao júri mas a quem visita esta mostra”, disse.

João, Norberto e Tiago, com idades entre os 17 e os 18 anos, vieram da Madeira e no bolso trazem 'origamis' que vão muito além da arte de dobrar papel. São, na verdade, painéis solares de pequena dimensão.

“Olhando para o futuro, sabemos que este passa pelas energias renováveis e, pensámos nós, que seria uma ideia completamente inovadora pegar nesta coisa da NASA, [o 'starshade', uma espécie de origami gigante usado para bloquear a luz solar], e traze-la aqui para a terra”, explicou Tiago.

O projeto destes três futuros engenheiros, ou dois engenheiros e um arquiteto, “ainda não está decidido”, quer “trazer para o dia-a-dia” a energia do Sol: “É uma espécie de painel solar portátil. Abrimos o 'origami', expondo uma maior área de paneis, e podemos carregar um telemóvel, um dispositivo qualquer, numa mesa de café, por exemplo”, explicou Norberto.

João vê no projeto um “enorme potencial” mas diz, em nome dos três, que ainda não pensou muito nessa parte: “Fazer disto um modelo de negócio ou levar o projeto mais além? Era uma ideia muito fixe mas ainda não temos isso em cima da mesa”.

Em cima da mesa, além do 'origami'-painel solar, está a preocupação com o futuro e os três jovens cientistas têm ideias bem definidas.

“Esta questão do Ambiente, da crise climática é muito falada mas de uma forma superficial, as pessoas não percebem o alcance do problema”, referiu João.

E são vocês que vão resolver esta crise? “Resolver não sei, é um termo muito pesado, mas acho que esta geração vai ser o ponto de viragem, alguém tem que tomar a iniciativa e vamos ser nós”, respondeu Tiago, certo do que esse será o futuro do mundo, mesmo sem ainda ter resolvido se o seu passará pela engenharia ou pela arquitetura.

No Centro de Congressos da Alfandega do Porto vão estar, até sábado, 110 projetos de 330 alunos selecionados a partir do Concurso Nacional para Jovens Cientistas e Investigadores e divididos em oito áreas (Biologia, Ciências da Saúde, Ciências da Terra e do Ambiente, Ciências Sociais e Económicas, Engenharias e Tecnologias, Física e Matemática e Química).

O evento tem uma vertente competitiva, estando a concurso cerca de 100 mil euros em prémios, ora monetários, ora experiências como estágios em Centros de Investigação e Desenvolvimento, mentoria por especialistas e a possibilidade de viajar e representar Portugal nos maiores concursos de ciência do mundo (nomeadamente nos Estados Unidos da América, China ou Brasil).

Mas a Mostra Nacional de Ciência, que funcionará sexta-feira e sábado entre as 10:00 e as 18:00 com entrada livre, é muito mais do que debates, ‘workshops’, conferências e exposição.

“Ganhar alguma coisa era bom, sem dúvida, mas só a possibilidade de estar aqui com os meus colegas, conhecer outros colegas de outras áreas e visitar o Porto já é espetacular”, salientou Norberto.

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