Construção do Feiródromo de Campanhã só recebeu propostas pelo dobro do preço estipulado

João Nogueira
O Feiródromo de Campanhã poderá ter de esperar um pouco mais para sair do papel e começar a ser construído. A estrutura foi apresentada pela primeira vez há um ano e estimava-se que pudesse ser inaugurada em abril deste ano. Contudo, o processo atrasou e a autarquia apontou uma nova data para a conclusão: o último trimestre de 2024. Mas o prazo é incerto, uma vez que todas as propostas apresentadas ao concurso superam o preço-base da empreitada. A candidatura mais baixa corresponde a quase o dobro do valor base da obra.
À margem da reunião de executivo desta segunda-feira, o vereador com o pelouro da Economia da Câmara do Porto, Ricardo Valente, falava das dificuldades atuais relacionadas à contratação pública quando exemplificou com o projeto do Feiródromo de Campanhã.
“Isto é uma dificuldade enorme que nós temos”, sublinhou o vereador, exemplificando com o projeto para a zona oriental da cidade: “Lançámos o concurso com 660 mil euros e a proposta mais baixa que recebemos foi 1 milhão e 50 mil euros”.
O projeto para o Feiródromo de Campanhã foi apresentado em abril de 2023 e a inauguração deveria acontecer um ano depois. Decorridos os 12 meses, a estrutura ainda não saiu do papel. Ao Porto Canal, a Câmara do Porto disse em fevereiro que o atraso se devia ao pedido de revisão do projeto por parte do Tribunal de Contas.
O atraso sai agora ainda mais reforçado com as declarações de Ricardo Valente. O vereador recorreu ao projeto que visa acolher as feiras da Vandoma e do Cerco, para justificar os problemas que o município enfrenta ao nível da contratação pública, em especial ao nível de obras.
“É aceitável que se diga qualquer coisa. A realidade é que nós temos, de facto, uma pressão muito grande do ponto de vista das obras públicas. É inegável e isto cria uma enorme dificuldade de execução”, reiterou o autarca.