Autarca de Vila Real preocupado com "saga sem fim" no Túnel do Marão

| Norte
Porto Canal / Agências

Vila Real, 18 ago (Lusa) -- O presidente da Câmara de Vila Real mostrou-se hoje preocupado com a "saga" do Túnel do Marão, que poderá sofrer um novo contratempo se a empresa Opway não conseguir apresentar novas garantias bancárias até terça-feira.

De acordo com notícias divulgadas em jornais nacionais, a construtora Opway Engenharia, do Grupo Espírito Santo (GES), tem que apresentar novas garantias bancárias até terça-feira para não perder a concessão das obras do acesso poente ao Túnel do Marão, que dizem respeito a 10 quilómetros.

A obra, inserida na Autoestrada do Marão que vai ligar Amarante a Vila Real, foi adjudicada por 29,5 milhões de euros.

A Opway terá visto a garantia bancária cedida pelo antigo Banco Espírito Santo (BES) perder valor e terá que apresentar novas garantias bancárias.

Sobre a questão da apresentação das garantias bancárias, a Estradas de Portugal (EP) apenas informou que "ainda decorre o prazo normal de entrega de documentação por parte da Opway".

"É uma saga sem fim. Parece que, depois de três anos sem vontade política, agora a sorte também não tem acompanhado este processo. Vejo tudo isto com muita preocupação", afirmou hoje o autarca de Vila Real, Rui Santos, à agência Lusa.

No entanto, o presidente disse ter também "muita esperança" de que "rapidamente seja resolvido" este contratempo e que a Opway consiga apresentar na terça-feira as garantias bancárias necessárias.

Se tal não acontecer, a concessão será entregue ao segundo classificado do concurso público, um processo que não ocorrerá de imediato.

Rui Santos disse ainda que espera que este atraso não ponha em causa a execução das verbas disponíveis no atual quadro comunitário de apoio para esta obra, designadamente cerca de 160 milhões de euros.

No final de julho, a EP anunciou ter adjudicado as três empreitadas que vão permitir a conclusão total e abertura ao tráfego em 2016 da Autoestrada do Marão, obra que parou em junho de 2011 e foi, dois anos depois, resgatada pelo Estado.

A execução do túnel de 5,9 quilómetros, em regime de conceção/construção, foi adjudicada ao consórcio Teixeira Duarte pelo valor de 88,1 milhões de euros, 20% abaixo do preço de referência do concurso.

À Opway foi entregue a ligação Amarante/túnel e o acesso do túnel a Vila Real, também com 10 quilómetros, foi adjudicada ao consórcio luso-espanhol Lena/Agroman pelo valor de 28 milhões de euros.

Estas adjudicações representam um investimento total de 146,4 milhões de euros o que representa uma poupança de 57,6 milhões de euros face às estimativas iniciais.

A EP prevê que o início das obras ocorra no mês de setembro.

PLI // MSP

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