Fábrica de conservas Gencoal de Vila do Conde vai despedir 97 trabalhadores porque não aguenta condições da indústria

Porto Canal
A empresa sediada em Caxinas, Vila do Conde, pertencente ao grupo italiano Generale Conserve, anunciou o despedimento de 97 trabalhadores, em meio a um contexto adverso para a indústria conserveira. Enquanto o setor em Portugal continua a prosperar, com investimentos significativos e aumento das exportações nos últimos anos, a Gencoal admite enfrentar dificuldades.
Tal como avança o jornal Público, a empresa, que foi salva da falência em 2009 pela Generale Conserve, é responsável pela produção de conservas de cavala e salmão, destinadas à revenda pelo grupo italiano. No entanto, nos últimos tempos, a indústria enfrentou várias contingências, incluindo rupturas nas cadeias de abastecimento e aumento dos custos das matérias-primas e energia.
Essas dificuldades refletiram-se na queda do volume de vendas da empresa-mãe, impactando diretamente a Gencoal. Apesar dos esforços para manter a estabilidade, a evolução da atividade desde 2021 tem sido marcada por oscilações significativas, levando à necessidade de redução do quadro de funcionários.
De acordo com o Públicos, os 97 trabalhadores afetados foram informados do despedimento coletivo em comunicação entregue em 14 de março. Este número representa mais de um terço da força de trabalho atual da Gencoal, que emprega 277 pessoas, uma queda acentuada em relação aos 450 empregados em 2020, durante a pandemia de COVID-19.
A incerteza agora paira sobre o futuro da Gencoal, que há 15 anos foi salva pela Generale Conserve. A empresa italiana enfrenta um período desafiador, marcado por instabilidades no mercado global e aumento dos custos operacionais. O despedimento em contraciclo com o crescimento do setor em Portugal destaca os desafios específicos enfrentados pela Gencoal neste momento.