Moreira acusa Valongo de ter "posições distópicas" relativamente à Área Metropolitana do Porto

Moreira acusa Valongo de ter "posições distópicas" relativamente à Área Metropolitana do Porto
| Porto
Porto Canal/Agências

O presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, acusou esta sexta-feira o presidente da Câmara de Valongo de ter "permanentemente posições distópicas" relativamente à Área Metropolitana do Porto e rejeitou as acusações de que o Porto tem uma posição excêntrica.

"A verdade é que eu não confundo o município de Valongo com o sr. presidente da Câmara de Valongo, mas o sr. presidente da Câmara de Valongo tem tomado permanentemente posições distópicas relativamente àquilo que é uma estratégia da Área Metropolitana do Porto (AMP), de avançar para projetos que contribuem para a coerência e crescimento", afirmou à Lusa o autarca independente.

O apoio da AMP à construção da academia da Associação de Futebol do Porto (AFP), esta sexta-feira aprovado em reunião da Área Metropolitana do Porto, gerou uma nova 'fratura' e trocas de acusações entre o Porto e Valongo, meses depois da comparticipação das obras do Coliseu do Porto ter também gerado controvérsia entre os dois municípios.

Reagindo às considerações feitas esta sexta-feira de manhã pelo presidente da Câmara de Valongo, durante a reunião da AMP, onde o Porto foi representado pelo vice-presidente, Rui Moreira defendeu que as posições então tomadas por Valongo sugerem que "mais vale dizer que não quer pertencer à AMP".

Em causa está o apoio dos municípios do distrito do Porto da AMP à candidatura da Associação de Futebol do Porto para a criação da academia, que foi aprovado por unanimidade, mas sem qualquer comparticipação financeira de Valongo.

Durante a reunião, o vice-presidente da Câmara do Porto, Filipe Araújo, criticou o “princípio de solidariedade” de Valongo que, considerou, “vale zero euros, quando outros municípios contribuem com centenas de milhares de euros”. Em resposta, José Manuel Ribeiro acusou Filipe Araújo de ser "desagradável e ofensivo com o município de Valongo" e, dirigindo-se a Rui Moreira, afirmou que é “o único autarca excêntrico em Portugal”.

"Valongo não presta vassalagem ao presidente da Câmara Municipal do Porto, ponto", concluiu.

Em resposta, e lembrando que municípios como o Porto, Gaia e Matosinhos "abdicaram daquilo a que teriam direito" em termos de fundos europeus para avançarem com projetos metropolitanos, como o Coliseu, Rui Moreira considerou que "seria expectável que municípios como Valongo estivessem agora disponíveis para projetos de cariz metropolitano".

Moreira rejeitou ainda que o Porto tenha uma "posição excêntrica" e retribuiu a acusação a Valongo.

"Se há alguém que tem aqui uma posição excêntrica é ele", afirmou, dizendo que o Porto "tem vindo a alinhar com todos os outros municípios".

O autarca independente criticou ainda o trabalho desenvolvido pelo socialista José Manuel Ribeiro na LIPOR, onde assume o cargo de presidente não executivo.

"A única coisa que vemos de espírito metropolitano da parte dele é passar o tempo a viajar, passear pelo mundo à conta dos outros municípios, isso ele sabe fazer", afirmou Moreira, acusando José Manuel Ribeiro de ter "visão de viajante".

"Ele pode irritar-se à vontade, pode destratar quem quiser, mas relativamente a esta matéria é óbvio e notório que tem tomado sempre esta posição", acrescentou.

Contactado pela Lusa, o presidente da Câmara de Valongo lamentou "as descontextualizadas e infelizes declarações sobre deslocações internacionais em representação institucional da Lipor".

"Qual oxímoro político, só se podem compreender à luz da viagem infeliz que o autarca portuense realizou ao serviço da promoção da presidência Bolsonaro, no âmbito das comemorações de independência do Brasil", critica José Manuel Ribeiro, reforçando que o município "não presta vassalagem" a Rui Moreira.

"Por mais agressivos que sejam os seus comentários, os mesmos não lhe conferem qualquer autoridade ético-moral, nem qualquer poder legal ou delegado, para decidir (quando lhe dá jeito e num modo tipo "dono disto tudo") sobre a utilização de verbas dos municípios metropolitanos para equipamentos no seu concelho", acrescenta, em resposta por escrito à Lusa.

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