FC Porto e Arsenal. Um romance com 117 anos

FC Porto e Arsenal. Um romance com 117 anos
| Desporto
Maria Leonor Coelho e Manuel T. Pérez

FC Porto e Arsenal irão medir forças apenas pela sétima e oitava vezes, reencontram-se meros 14 anos depois e só Fábio Vieira vestiu as duas camisolas, mas a ligação entre Dragões e Gunners tem mais de um século.

1907 acabara de começar quando José Monteiro da Costa, sócio responsável pelo retomar da atividade desportiva no Foot-Ball Club do Porto, encontrou a “fórmula mágica” e construiu a primeira identidade da instituição fundada em 1893 por António Nicolau d’Almeida.

A admiração de Monteiro da Costa pelo Arsenal Football Club, que já disputava o principal escalão britânico, levou-o a adotar um traje semelhante com o propósito declarado de imitar os londrinos: camisola integralmente vermelha escura, com botões, calções e meias azuis. Antes de equipar às riscas azuis e brancas verticais, o FC Porto equipou à Arsenal.

 

 
 
 
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41 anos mais tarde, em maio de 1948, o campeão inglês aterrou em Lisboa com dois jogos na agenda. O primeiro, em Oeiras, terminou numa goleada por 4-0 imposta ao Benfica; o segundo, na Invicta, foi completamente diferente. O Estádio do Lima encheu para receber os convidados ingleses e quem lá esteve, como Jorge Nuno Pinto da Costa, presenciou história.

Aos vinte minutos, um golo de Araújo e dois de Correia Dias colocavam o FC Porto a vencer por 3-0 “a melhor equipa do mundo” - que tinha sido protagonista de uma revolução tática sob a liderança de Herbert Chapman, inventor do sistema que ficou conhecido como WM e que influenciou de sobremaneira o futebol europeu nas décadas seguintes. Na segunda parte os ingleses ainda reduziram para 3-2, mas o memorável triunfo não escapou.

“Há resultados que valem um título”, escreveu a imprensa à época e pensaram os portistas que decidiram perpetuar a vitória, encomendando uma verdadeira joia à Ourivesaria Aliança: um troféu com 90 centímetros, depositado no interior de um escrínio com dois metros e 80 centímetros de altura; no conjunto, 250 quilos de madeiras finas, ouro, prata (130 quilos, que à cotação atual valem quase 100 mil euros), esmalte, cristal e veludo. A Taça Arsenal foi entregue à direção do clube a 21 de outubro de 1949 e, mais de sete décadas volvidas, continua a poder ser apreciada no Museu FC Porto.

O tempo encarregou-se de encurtar a distância entre as duas partes e, hoje em dia, a situação é bem diferente. O FC Porto consagrou-se como um dos clubes mais titulados do planeta, sagrou-se Bicampeão da Europa e do Mundo, o Arsenal só ganhou uma Taça das Taças (1994) e outra das Cidades com Feira (1970), mas é um dos mais bem-sucedidos emblemas ingleses e o único a manter-se invicto durante uma temporada completa (2003/04).

(texto originalmente publicado na edição 445 da revista Dragões)

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