Estacionamento na zona industrial do Porto começa a ser cobrado ainda este mês
Ana Francisca Gomes
O estacionamento na zona industrial do Porto vai começar a ser cobrada durante este mês de Fevereiro. A proposta apresentada pela CDU para que a autarquia mantenha a zona livre de pacómetros foi chumbada na reunião de executivo desta segunda-feira.
“Trata-se medida que percebemos que não é simpática para quem usa a zona, mas que é necessária e que se insere num esforço de gestão e organização do espaço público” explicou o vereador com o pelouro do Urbanismo e Espaço Público aos jornalistas à margem da reunião.
Para Pedro Baganha, a autarquia não pode ter um discurso em que afirma que um dos problemas da mobilidade da cidade é o excesso de utilização do automóvel privado em detrimento do transporte coletivo público e depois em “zonas tão bem servidas” como a zona industrial - com linhas de autocarro e metro - a promoção de transporte coletivo não ser feita.
O estacionamento durante um dia completo (10 horas) custará 2,40€. Questionado pelo facto de dois bilhetes de autocarro (um de ida, outro de volta) para quem não tem passe ter um valor superior ao título de estacionamento para um dia completo, o vereador responde que a autarquia “teve em atenção quem trabalha na zona”.
“Não temos data concreta mas provavelmente será ainda durante o mês de fevereiro”, acrescentou ainda.
Para a vereadora Ilda Figueiredo da CDU, a proposta apresentada de não avançar com a cobrança do estacionamento prende-se com os “custos que tudo isto vai ter para os trabalhadores da zona que são os principais afetados”.
A comunista considera que mesmo sendo cobrado apenas 2,40€ por um dia completo, a conta é pesada ao final do mês relativamente aos baixos salários dos trabalhadores. Como alternativa, o partido quer mais construção de parques de estacionamento em zonas periféricas da cidade para que não entrem carros nas zonas mais afetadas pelo trânsito.
Para a bloquista Maria Manuel Rola, que votou favoravelmente a proposta a CDU, o espaço público desta zona não tem sido intervencionado para justificar que passe a ser pago o estacionamento.
“Vamos cobrar quando os passeios não têm condições de utilização, não existe ciclovia, não existe todo um conjunto de matérias que poderiam de facto com aquilo fosse um espaço público de utilização”, considerou.
Tiago Barbosa Ribeiro, eleito pelo PS, concorda com a cobrança do estacionamento e defende que devem ser encontradas outras soluções para os trabalhadores.
“Entendemos que quando falamos de políticas de espaço público, quando falamos de descarbonização, quando falamos de evitar a privatização do espaço público pelo automóvel privado, nós temos que ser consequentes com isso”, declarou