Afinal, Feiródromo de Campanhã não estará pronto em abril

Ana Francisca Gomes e Pedro Benjamim
As obras para a construção do Feiródromo de Campanhã, cujo projeto foi apresentado pela Câmara do Porto em fevereiro de 2023, ainda não arrancaram. O início dos trabalhos estava previsto para o final desse mesmo ano, com o espaço a ser inaugurado em abril de 2024. Mas os terrenos que vão receber uma das mais antigas e conhecidas feiras portuenses estão ao abandono e sem qualquer sinal que evidencie o arranque da empreitada. Contactada pelo Porto Canal, a autarquia justifica o atraso com um pedido de revisão do projeto por parte do Tribunal de Contas e aponta para o último trimestre de 2024 como a nova data de conclusão.
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Após anos de incerteza, o futuro dos feirantes de Vandoma e Cerco pareceu um pouco mais risonho quando, a 27 de fevereiro de 2023, a Câmara do Porto anunciou a construção de um novo recinto em Campanhã, junto à estação de metro Nasoni.
“Estamos a contar que em abril de 2024 tenhamos o equipamento municipal", declarou na altura Ricardo Valente. Segundo o vereador com o pelouro da Economia, a obra deveria arrancar no final de 2023 e ter a duração de quatro meses.
Doze meses depois, o terreno baldio escolhido pela autarquia encontra-se repleto de ervas daninhas, sem obras e sem possibilidade de receber feirantes em abril. Contactado pelo Porto Canal, o presidente da junta de Campanhã afirmou que o Feiródromo “não está esquecido”. Paulo Ribeiro lembrou as declarações de Rui Moreira, na assembleia municipal de oito de janeiro, onde o edil revelou que novidades relativas à infraestrutura seriam divulgadas em breve.
“Ele será anunciado muito brevemente e farei esse anúncio em conjunto com o presidente de Campanhã. Podemos assumir que no próximo mês [Fevereiro] será dado mais informação sobre essa matéria”, afirmou o autarca na primeira Assembleia Municipal do ano.
Questionada pelo Porto Canal, a Câmara do Porto esclareceu que, devido a um pedido de revisão do projeto por parte do Tribunal de Contas, os prazos inicias tiveram de ser revistos. Assim, “prevê-se agora o lançamento do concurso público de empreitada para este equipamento no próximo mês de março” e a nova data de inauguração é apontada para “o último trimestre deste ano”.
Esta é uma obra orçada em meio milhão de euros.
Solução que não reúne consenso para fazer face a problemas antigos
O anúncio da nova localização da infraestrutura, apesar de para alguns pecar apenas por tardio, não reuniu consenso entre os feirantes. À época, e em declarações ao Porto Canal, muitos se demonstraram descontentes com a perspetiva de se deslocarem ainda mais para fora do centro da cidade. O argumento era o mesmo para todos: a feira vive dos turistas e o novo espaço não atrai o mesmo dinamismo que outros locais anteriormente ocupados pelo mercado.
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“O melhor sítio era nas Fontainhas. Não sei se haverá um sítio melhor, mas pior do que este não deve haver”, partilhava em fevereiro de 2023 um dos feirantes “temporariamente” realojado na avenida 25 de abril.
“Na altura, há 4/5 anos, disseram que este espaço era para remediar, enquanto não arranjavam outro”, contava um dos feirantes, apontando para a falta de condições do local escolhido quando a feira abandonou a zona das Fontainhas.
De acordo com o projeto apresentado pela Câmara do Porto, o novo recinto terá capacidade para receber 152 feirantes, 35 dos quais da extinta feira do Cerco.