FC Porto B: Belenenses mantém tradição e presta homenagem a Pavão 

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A tradição tem já várias décadas e é uma das mais emblemáticas no futebol português. Sempre que o FC Porto visita o Restelo, homenageia o ex-jogador do Belenenses Pepe, ao passo que sempre que o Belenenses visita o Dragão ou o Olival, homenageia o ex-jogador do FC Porto Pavão e este domingo não foi exceção. Os ‘Azuis’ entraram com uma bandeira com o símbolo dos ‘Dragões’, num gesto que arrancou aplausos dos adeptos presentes no estádio.

O Menino de Ouro do Restelo

Esta história de desportivismo e boa relação entre os dois clubes iniciou-se há mais de 60 anos. José Manuel Soares Louro, mais conhecido como Pepe ficou conhecido no futebol por ser figura de proa do Belenenses e da seleção nacional durante a década de 20.

Era um verdadeiro génio com a bola nos pés, e tornou-se figura incontornável da história do Belenenses. Nascido e criado na zona de Belém estreou-se pelos ‘Azuis’ com somente 18 anos e iria deliciar os adeptos do emblema lisboeta durante cinco anos, até falecer de forma trágica, com somente 23 anos.

Durante esse período, o Belenenses venceu o Campeonato de Portugal (ainda não havia a prova, agora, conhecida por Liga) em 1927 e 1929, conquistando ainda o prestigiado, para a altura, Campeonato de Lisboa, em 1926, 1929 e 1930, com Pepe sempre em destaque.

Contudo, aos 23 anos, a joia da coroa dos ‘azuis’ acabou por falecer de forma trágica (ainda hoje as causas não são conhecidas ao certo), naquele que foi um dos episódios mais marcantes da altura.

Pepe sentiu-se mal no trabalho - era reparador mecânico no Arsenal da Marinha e foi levado para o Hospital da Marinha, com fortes dores abdominais. A versão mais conhecida e que gerou intriga fala de um erro trágico da mãe do jogador que trocou sal por soda cáustica na preparação do jantar.

Em 1932, apenas um ano após a sua morte, o Belenenses inaugurou um mausoléu com o objetivo de perpetuar a memória da antiga glória, no campo das Salésias, o qual seria, posteriormente, transferido para o Restelo, após a inauguração do mítico estádio, em 1956.

Ano a partir do qual o FC Porto, por respeito à figura de Pepe deposita uma coroa de flores junto à lápide do ex-jogador quando se desloca a Belém, algo que viria a suceder-se em sentido inverso.

Depois de Pepe, Pavão

A partir de 1974, o Belenenses passou a ter o mesmo gesto em homenagem a Pavão, ex-jogador portista, sempre que se desloca à Invicta. Um cenário que aconteceu, este domingo, na deslocação do último classificado da segunda Liga ao Olival.

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