Área Metropolitana do Porto "tem que assumir as suas responsabilidades", diz CIM do Cávado

Porto Canal
Na noite informativa do Porto Canal, deste domingo, o Secretário-Executivo da Comunidade Intermunicipal do Cávado, Rafael Amorim, reforça que a “a situação é preocupante” e que “quem está a sofrer são os utentes” daquela linha de autocarro.
“O que me está a preocupar neste momento são um trancha de utentes que vão fazer tratamentos ao IPO” do Porto, completa.
Rafael Amorim acusa a Área Metropolitana do Porto de não ter comunicado a Comunidade Intermunicipal do Cávado sobre a suspensão da linha Braga-Porto.
“Recebemos um e-mail por parte da coordenação técnica e não por quem vincula a Área Metropolitana do Porto, que neste caso é o presidente”, evidencia.
Para a CIM do Cávado a "AMP tem que assumir as suas responsabilidades" e que quem é "o dono da linha é a AMP".
“Foi a AMP que mandou cessar a linha, que ligou para a Transdev a dizer que a partir do dia 30 deixavam de fazer esta linha, violando um dever de informação e de alteração do acordo", ressalva o secretário-executivo.
Por isso, a CIM do Cávado está a estudar "a possibilidade de fazer um pedido indemnizatório contra a AMP por ter violado esse contrato”.
O segundo responsável pela CIM do Cávado reforça que a população foi comunicada da suspensão da linha no dia 24 de novembro.
Rafael Amorim diz que na manhã desta segunda-feira vai reunir-se com a comissão de utentes da ligação Braga-Porto para discutir as melhores soluções para os lesados.
Veja a entrevista completa aqui:
CIM do Cávado considera situação "incompreensível e lamentável"
Já este sábado, em comunicado de imprensa, a CIM disse que a decisão da Área Metropolitana “coloca diretamente em causa” o direito à mobilidade das populações.
O presidente da instituição, Ricardo Rio, acrescentou que a AMP considera que deve ser aquela CIM a assegurar o serviço, algo que na opinião do também autarca de Braga é “incompreensível e lamentável”.
De acordo com a nota, “os argumentos aduzidos pela AMP não colhem do ponto de vista técnico, uma vez que, quer pelo número de paragens, quilómetros e integração na rede, esta linha tinha de ser contratualizada pela AMP”, visto que os acordos, entre ambas as partes, assinados em 2019 sobre a partilha de linhas inter-regionais destacam que a entidade que tem que assegurar o serviço é aquela cuja área abrange o maior número de paragens e de quilómetros percorridos.
“O serviço supracitado é de grande relevância para as populações com a venda de aproximadamente 1500 passes e 18.000 bilhetes de bordo, em cada ano. Soma-se a isto o facto de o serviço permitir o acesso, entre outros, ao Hospital de S. João e ao Instituto Português de Oncologia, bem como, a diversas instituições de ensino superior”, explica a CIM do Cávado no documento.