IP faz pedido de estudo para linha Contumil-Ermesinde
Porto Canal / Agências
A Infraestruturas de Portugal (IP) encomendou um estudo de procura e uma análise custo-benefício para a ampliação da Linha do Minho entre Contumil e Ermesinde, que está previsto avançar em 2024, consultou esta quinta-feira a Lusa.
De acordo com informação disponível no portal de contratação pública base, a IP, gestora ferroviária nacional, encomendou por 125 mil euros à empresa VTM - Consultores em Engenharia e Planeamento o estudo e a análise.
Feito por ajuste direto, o contrato assinado no dia 16 de novembro tem um prazo de execução de 180 dias, dando uma margem para realização do trabalho até meados de maio de 2024.
O projeto de alargamento da Linha do Minho de duas para quatro vias entre as estações de Contumil, no Porto, e Ermesinde, em Valongo, teve um parecer favorável condicionado da Agência Portuguesa do Ambiente (APA) em maio.
A obra obrigará à demolição de 21 casas e aumentará a capacidade de estacionamento em Rio Tinto, no concelho de Gondomar, distrito do Porto.
Em março, a Lusa noticiou que o projeto deverá avançar em 2024 e custar 120 milhões de euros, segundo fonte da IP, responsável pelo projeto.
Porém, de acordo com o Plano Anual de Avisos do programa de fundos europeus Portugal 2030, divulgado em setembro, para este projeto estavam previstos cerca de 40 milhões de euros.
A Lusa questionou a IP sobre a diferença de montantes e sobre o processo de execução da obra e aguarda resposta.
O Estudo de Impacto Ambiental (EIA) do projeto, que esteve em consulta pública entre 20 de março e 3 de maio, prevê a demolição de 88 edifícios ao longo do traçado, dos quais 21 habitações atualmente em uso.
A freguesia de Rio Tinto vai também ganhar 144 lugares de estacionamento e uma ligação pedonal entre a estação de comboios e a de Campainha, do Metro do Porto, segundo o EIA.
Segundo o estudo, "uma vez que o parque de estacionamento atual tem uma capacidade para 120 viaturas ligeiras, existirá um acréscimo de 144 lugares de estacionamento".
No âmbito da construção do novo parque de estacionamento, "será feita também a melhoria da acessibilidade rodoviária ao mesmo, através de uma nova ligação entre a Rua Padre Joaquim Neves e a Rua Garcia da Orta".
Segundo a IP, "está também prevista a melhoria das condições de conforto e acessibilidade" nas estações de Rio Tinto e no apeadeiro de Palmilheira/Águas Santas (Maia), sendo criadas "novas interfaces rodoferroviárias na sua vizinhança, beneficiando a mobilidade das populações e promovendo a utilização dos transportes públicos".
De acordo com o EIA, a fase de construção do projeto terá a duração de 42 meses, a que acrescem três meses para a montagem e desmontagem dos estaleiros de obra.
Em fevereiro de 2020, após uma consulta pública em outubro de 2019, a APA declarou a não conformidade de um anterior projeto de execução para a ampliação das linhas do troço, que se baseava numa Declaração de Impacto Ambiental (DIA) emitida em 2009.