Réfens em troca de prisioneiros e cessar-fogo. Conheça os detalhes do acordo entre Israel e Hamas

Réfens em troca de prisioneiros e cessar-fogo. Conheça os detalhes do acordo entre Israel e Hamas
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Porto Canal / Agências

O acordo anunciado esta quarta-feira entre Israel e Hamas prevê a libertação de reféns detidos na Faixa de Gaza pelo movimento islamita, em troca de prisioneiros palestinianos e uma trégua nos combates.

Cerca de 240 pessoas foram feitas reféns durante o inédito e violento ataque desencadeado em 7 de outubro pelo Hamas em território israelita junto à Faixa de Gaza, o motivo para o mais recente conflito. Permanecem detidas em Gaza – onde o Hamas assumiu o poder em 2007 –, um enclave submetido desde 8 de outubro a intensos e indiscriminados bombardeamentos do Exército israelita, que prometeu “aniquilar” o movimento palestiniano.

De acordo com o Clube de prisioneiros palestinianos, cerca de 7.000 palestinianos estão detidos em Israel.

Eis os principais pontos do acordo, no qual o Qatar, Egito e Estados Unidos desempenharam a função de mediadores:

Início de duração da trégua

O Qatar declarou às 03:30 desta quarta-feira(hora de Lisboa) que seria anunciada uma “pausa humanitária nas próximas 24 horas”, com a duração “de quatro dias, com possibilidade de prolongamento”.

Segundo diversos ‘media’, a trégua deveria entrar em vigor às 10:00 locais (8:00 em Lisboa).

O fim das hostilidades poderá implicar “um certo tempo” até à sua concretização no terreno, precisou Majed Al-Ansari, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros do Qatar.

Um alto responsável do Hamas admitiu à agência noticiosa AFP que “uma primeira troca de 10 reféns contra 30 prisioneiros poderia ocorrer a partir de quinta-feira”.

Modalidades

Segundo Israel, uma primeira fase do acordo relaciona-se com a libertação de 50 reféns israelitas contra 150 palestinianos detidos em Israel, durante a trégua de quatro dias. A proporção de um refém por três prisioneiros deverá ser sempre respeitada, e com um mínimo de 10 reféns libertados diariamente.

De seguida, poderão concretizar-se outras trocas, segundo as mesmas modalidades e no âmbito de um prolongamento da trégua, para uma libertação total de 100 reféns por 300 prisioneiros palestinianos, ainda segundo Israel.

“As listas de prisioneiros estão neste momento em vias de ser trocadas e verificadas”, afirmou ao início da tarde desta quarta-feira Taher al-Nounou, um alto quadro do Hamas.

Segundo o Hamas, “a Cruz Vermelha e as Nações Unidas vão desempenhar uma função” na aplicação deste acordo.

Ao longo da trégua, Israel deve assegurar a liberdade de circulação das pessoas, em particular ao longo da estrada Salaheddine, que atravessa o território da Faixa de Gaza de norte a sul, segundo exigiu o movimento islamita.

O acordo também prevê o fim dos voos da aviação israelita sobre o sul da Faixa de Gaza durante os quatro dias, e no norte apenas durante seis horas por cada dia.

Reféns

Segundo os termos do acordo, “50 mulheres e crianças com menos de 19 anos” reféns na Faixa de Gaza serão libertadas em troca de palestinianos, declarou o Hamas.

Segundo Majed Al-Ansari, o porta-voz da diplomacia do Qatar, o acordo não inclui a libertação de militares.

Os reféns estão na posse do Hamas e da Jihad islâmica, outro grupo armado palestiniano que participou no ataque de 07 de outubro.

Um alto responsável da Casa Branca disse esperar que três cidadãos norte-americanos estejam incluídos entre os reféns libertados.

Prisioneiros palestinianos

Segundo o Hamas, 150 prisioneiros palestinianos, mulheres e jovens menores de 19 anos, vão ser libertados.

Israel divulgou uma lista de 300 prisioneiros: 33 mulheres, 123 adolescentes com menos de 18 anos e 144 jovens com cerca de 18 anos, suscetíveis de serem libertados por fases.

Entre estes reféns incluem-se 49 membros do Hamas, 28 da Jihad Islâmica, 60 do movimento Fatah do presidente da Autoridade palestiniana Mahmud Abbas, e 17 da Frente Popular de Libertação da Palestina (FPLP).

Caravanas humanitárias

Segundo o Qatar, a trégua deve igualmente permitir a entrada “do maior número possível de caravanas humanitárias e de ajuda de urgência, incluindo combustível”, e quando a Faixa de Gaza permanece sob um cerco total imposto por Israel.

“Vão entrar pelo menos 200 a 300 camiões, incluindo oito camiões com combustível e gás”, precisou Taher al-Nounou.

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