Instalada cortina de bolhas que recolhe plástico no estuário do rio Ave em Vila do Conde
Porto Canal/Agências
Uma tecnologia inovadora que, através de uma cortina de bolhas de ar, recolhe plásticos em rios antes que cheguem ao oceano vai ser inaugurada no estuário do rio Ave, em Vila do Conde, no âmbito do projeto europeu MAELSTROM.
Em comunicado, o Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental (CIIMAR) da Universidade do Porto adianta esta quarta-feira que a tecnologia, intitulada 'Bubble Barrier', ou barreira de bolhas, captura cerca de 86% dos detritos inorgânicos na coluna de água, sem obstruir a passagem de peixes, outras vidas aquáticas ou o tráfego de navios.
A tecnologia é sustentada por um sistema de painéis solares, tanto térreos como flutuantes, que foi concebido pelo Instituto de Energia Sustentável da Universidade de Malta, um dos 14 parceiros do projeto MAELSTROM, que tem como missão implementar tecnologias inovadoras para a remoção e reciclagem de lixo marinho.
O sistema de painéis deverá produzir 57.300 quilowatt-hora (kWh) de energia renovável durante o primeiro ano de funcionamento, compensando "parte da eletricidade proveniente da rede elétrica convencional" usada inicialmente pela tecnologia.
"O problema da poluição fluvial é universal: os detritos, sobretudo plásticos, são transportados pelos rios, atravessando fronteiras regionais e nacionais, antes de chegarem aos oceanos", salienta o centro da Universidade do Porto.
A 'Bubble Barrier' será inaugurada no sábado, pelas 10h30, no Centro de Monitorização e Interpretação Ambiental (CMIA) de Vila do Conde.
A tecnologia, desenvolvida pelo 'The Great Bubble Barrier', resulta de uma colaboração entre o CIIMAR, a Câmara de Vila do Conde, a Docapesca – Portos e Lotas, e contou com o apoio da Agência Portuguesa de Ambiente (APA) e da Autoridade Marítima – Capitania de Vila do Conde.
Financiado pelo programa Horizonte 2020 da Comissão Europeia, o projeto MAELSTROM é coordenado pelo Conselho Nacional de Investigação Italiano (CNR) e reúne centros de investigação, empresas de reciclagem, organizações não governamentais, cientistas marinhos e especialistas em robótica de oito países europeus, onde o CIIMAR é o representante português.