Médicos do S. João assinam escusa de responsabilidade por "constrangimento grave" da urgência de ginecologia e obstetrícia

Médicos do S. João assinam escusa de responsabilidade por "constrangimento grave" da urgência de ginecologia e obstetrícia
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Porto Canal

Os médicos do Serviços de Urgência de Ginecologia e Obstetrícia do Centro Hospitalar Universitário de São João (CHUSJ) apresentaram, esta quinta-feira, uma carta ao Conselho de Administração onde denunciam graves constrangimentos na unidade hospitalar. No documento a que o Porto Canal teve acesso, os profissionais de saúde alertam para uma situação de risco de segurança clínica na prestação de cuidados aos doentes.

O grupo de médicos que assina esta carta aponta para os constrangimentos que remontam a outubro de 2023, quando o serviço mudou para instalações provisórias. Tal resultou na perda de uma sala de partos, défice de instalações sanitárias, corredores de circulação inadequados, área de admissão de doentes sem espaço para a colocação de uma maca, entre outros.

Estes profissionais alertam ainda para o incumprimento do regulamento da Ordem dos Médicos relativo à constituição das equipas tipo no Serviço de Urgência de Ginecologia e Obstetrícia do CHUSJ. “Atualmente e devido ao aumento previsível do números de partos (acréscimo das parturientes de CH Tâmega e Sousa) deveriam ser 5 e não 4 elementos médicos na equipa tipo”, pode ser lido no documento a que o Porto Canal teve acesso.

O acréscimo de doentes do foro ginecológico e obstétrico sem o devido reforço das equipas, aliada à restrição do espaço físico, levaram estes médicos a alertar para a incapacidade de “prestar cuidados assistenciais adequados e em segurança”, o que implica um “risco clínico elevado”.

Como tal, os médicos que assinam esta carta consideram que se encontra “excluída a responsabilidade do médico”, transferindo-se esta para o “órgão superior hierárquico do signatário – esse conselho de administração – na qualidade de autor das ordens de que aqui se protesta formalmente”.

Recorde-se que quarta-feira o Porto Canal noticiou que o Hospital de São João está sob pressão, em grande parte pela transferência de doentes dos hospitais de Penafiel, de Viana do Castelo, de Braga, de Barcelos, de Vila Nova de Famalicão, da Póvoa de Varzim/Vila do Conde e de Matosinhos.

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