Estudos para a alta-velocidade já custaram à IP mais de 3,5 milhões de euros
Porto Canal
A Infraestruturas de Portugal (IP) adjudicou, nos últimos dois anos e meio, 15 contratos, no âmbito do projeto da linha de alta velocidade entre Lisboa e Porto, desembolsando desde 2021 3,5 milhões de euros com a contratação de estudos.
Segundo dados do Portal Base, avançados pelo jornal de Negócios, apenas uma das adjudicações realizadas pela IP não está relacionada com a construção desta linha, mas sim com a avaliação do impacto potencial dos pilotos de alta velocidade Porto-Lisboa e Porto-Vigo no setor do turismo em Portugal, que foi contratado à PricewaterhouseCoopers no mês passado por 74 mil euros.
Recorde-se que a IP disse pretende lançar a parceria público-privada (PPP) do primeiro troço da linha ferroviária de alta velocidade em janeiro de 2024, contudo o cenário de crise política fará derrapar as pretensões da empresa.
Adicionalmente, a IP adjudicou, nos últimos dois meses, outros três contratos no âmbito da alta velocidade envolvendo o troço Soure-Carregado das alternativas de estação em Leiria, o plano de pormenor da estação de Coimbra e o plano de urbanização de Vila Nova de Gaia, na ordem dos 500 mil euros.
Portugal está em risco de perder mais de mil milhões de euros de fundos comunitários para o projeto da alta velocidade, isto se Marcelo Rebelo de Sousa decidir dissolver a Assembleia da República e convocar eleições antecipadas na sequência da demissão de António Costa.
Segundo o jornal Negócios, o país tem de submeter até ao final de janeiro de 2024 a candidatura ao Mecanismo Interligar a Europa. Mas, se o concurso não for lançado até essa data, o projeto não é considerado com maturidade, que é um dos principais critérios da avaliação.
O projeto tem de ser aprovado por resolução do Conselho de Ministros, o que não pode ser feito por um Governo que não esteja em plenitude de funções. Sem esta aprovação, a Infraestruturas de Portugal não consegue lançar em janeiro o concurso para esta obra que, inicialmente, podia contar com 729 milhões de euros de fundos comunitários, disponíveis neste momento para Portugal, e candidatar-se a mais 300 milhões.