“O meu sangue é azul e branco”. Adepto recorda 75 anos de FC Porto ao peito
Ana Mota
José Neiva completou este ano 75 anos como adepto do Futebol Clube do Porto. O sócio do clube recebeu a Roseta de Diamante pelas mãos do Presidente Jorge Nuno Pinto da Costa. O adepto de 86 anos tornou-se sócio com apenas 10 anos de idade.
José Eduardo Faria Neiva Santos ainda se lembra do dia em que foi à sede do FC Porto fazer a inscrição como adepto do clube. Na verdade, foi o pai, fã fervoroso do azul e branco, que o levou com o irmão ‘Manel’. “Foi em dezembro de 1947. Recordo-me que fiquei todo contente. Era o sócio 5356”, conta.
As memórias são pródigas, as que viveu como adepto dos dragões. Do Estádio do Lima, ao das Antas, são várias as recordações que guarda como se fossem livros guardados numa prateleira. “Os primeiros jogos que vi foram no Campo de Constituição. Recordo-me de um FC Porto, Benfica em que o guarda-redes portista deu um pontapé a um jogador do Benfica e, naturalmente, o árbitro expulsou-o. Foi para a baliza o Vieira, aquele extremo esquerdo do FC Porto que corria a uma velocidade diabólica, e defendeu o penálti”, conta José Neiva.
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São várias as memórias que lhe trazem emoção, mas assim que os olhos se enchem, José Neiva engole o que não deixa que sejam lágrimas. Aconteceu por várias vezes enquanto percorria um conjunto de recordações. “Se eu for fazer umas análises o meu sangue é azul e branco”. Embora já tenha nascido Dragão, o pai foi o grande impulsionador da febre portista. “O meu pai dizia-me: ‘Estas coisas dos clubes de Lisboa, têm a mania que são importantes. Nós somos do Porto e, portanto, o clube é o Futebol Clube do Porto”, conta.
Os jogos eram quase todos eles vistos com o pai, nos vários estádios onde o clube jogou. De norte a sul, José Neiva percorreu todos os estádios portugueses para ver o clube do coração. “Lembro-me de uma história engraçada sobre o Estádio do Lima. Para provar que a bancada de madeira era segura, com todos os adeptos a saltar, o construtor viu um jogo inteiro debaixo da bancada.”
José Neiva não larga o livro de homenagem a José Maria Pedroto. Foi um dos objetos que escolheu para lhe acompanhar durante toda a entrevista. “Foi aquele primeiro treinador que ouviu como treinador, assim como foi um jogador que ouviu como jogador. Foi também o treinador que esteve na viragem da vida do Futebol Clube do Porto”.
Depois de olhar o passado e sem medo de perspetivar o futuro, José Neiva não arrisca em dizer. “Um dos meus sonhos é que o Futebol Clube do Porto, daqui para a frente, ganhe todos os campeonatos”, diz. Já agora, e por pedir não custa, com Sérgio Conceição à frente da equipa portista.