“É como se fosse um terramoto”. Portuenses assustados com explosões das obras do metro
Henrique Ferreira
São apenas “cinco a dez segundos” de impacto, mas que chegam para assustar quem vive junto às obras da linha rosa do Metro do Porto. Na zona da Praça da Galiza as explosões são praticamente diárias e, segundo os moradores, assemelham-se a um “terramoto”. A Metro do Porto explica que “possui uma Licença Especial de Ruído que autoriza a realização de trabalhos em qualquer horário”.
“Quando viemos para aqui ao início foi assustador. É como se fosse um terramoto. Normalmente demora 5 a 10 segundos. O que demorou mais talvez tenha sido 15 segundos. É uma sensação muito estranha, principalmente se tivermos as janelas abertas”, conta ao Porto Canal Joana Canteiro, que reside na Rua da Piedade, mesmo em frente à Praça da Galiza.
Joana explica que quando se está na rua é ainda pior. “Já me aconteceu estar a passear o cão e ver as janelas dos outros prédios todos a abanar”, conta.
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“Já conseguimos perceber que eles primeiro acionam um alarme e dá um tempo mais ou menos de um minuto até começar tudo a tremer”, diz a moradora ao Porto Canal.
Apesar disso, “não há propriamente uma hora fixa” para as explosões, o que as torna ainda mais imprevisíveis. “Hoje aconteceu às 9h da manhã, ontem às 23h da noite, às vezes é às 16h ou 17h da tarde”, explica.
Além do relato de Joana Carneiro têm chegado ao Porto Canal várias queixas de moradores descontentes com o barulho das explosões provocadas pelas obras da construção da linha rosa do Metro do Porto. Os habitantes pedem que a empresa tome medidas para mitigar os constrangimentos.
Metro do Porto possui Licença Especial de Ruído
Em reação, a Metro do Porto explica que “possui uma Licença Especial de Ruído, emitida pelo Governo, que autoriza a realização de trabalhos em qualquer horário”.
“Não obstante, a empresa não se dispensa de adotar um conjunto de medidas de mitigação que suavizem, na medida do possível, os constrangimentos decorrentes da empreitada”, explica fonte da empresa ao Porto Canal.
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Além disso, segundo a Metro do Porto, “no caso particular da frente de obra da Praça da Galiza foram enviadas cartas a todos os moradores da zona envolvente dando, de forma prévia, conta da utilização de explosivos (entre as 08h e as 20h) e lamentando eventuais incómodos”.
“Ainda a este respeito, acrescente-se que, antes de ocorrer qualquer explosão, é sempre disparado por três vezes um sinal sonoro de aviso”, conclui a Metro do Porto.