Após um triunfo pela margem mínima na Amadora (1-0), onde o FC Porto se apresentou com um sistema tático surpreendente com três centrais, Sérgio Conceição destacou que foi “com uma ambição e dedicação muito fortes” que a equipa conseguiu vencer frente a “um Estrela muito bem organizado”, que promete dificultar a vida aos visitantes ao longo do campeonato. O treinador salientou “toda a justiça” da vitória portista na Reboleira, que só não foi mais avolumada por ter havido más definições em algumas situações ofensivas. O novo esquema, que “vai servir no futuro sem dúvidas”, deixou o técnico, que idealizou “uma equipa ousada”, “muito satisfeito”. “Há coisas a melhorar, naturalmente, e a equipa tem que evoluir. Estamos cá para isso”, concluiu.

A análise ao embate e a justiça do triunfo

“Foi um jogo em que aconteceram muitas situações que vieram complicar a nossa estratégia para o jogo: a lesão do Marcano e a do Evanilson. Nesse período, tivemos a situação do penálti revertido porque não existiu nada, mas foi num período em que estávamos com dez elementos. Defrontámos uma equipa com qualidade, com gente rápida na frente, jogadores agressivos a atacar espaços, utilizam bem a largura e tínhamos de fazer um jogo em termos táticos acima do que no passado recente fizemos e depois colocar os ingredientes habituais para ganhar o jogo. Muitos duelos disputados no limite e os jogos são assim. Um Estrela muito bem organizado, se for sempre assim vai ser muito difícil para os adversários passarem aqui, como diz a história. Sem muito brilhantismo, mas com uma ambição e dedicação muito fortes no jogo, conseguimos com toda a justiça ganhar este jogo. Tivemos algumas situações em que poderíamos ter feito golo e descansado mais cedo à sombra de um 2-0, mas ou definimos mal ou não conseguimos concluir. Valeu pelos três pontos.”

Os aspetos trabalhados na paragem e a ousadia do novo sistema

“Tínhamos algumas situações a trabalhar, principalmente a organização defensiva, pois tínhamos sofrido em todos os jogos. Depois ver os jogadores que temos à disposição. Nos corredores laterais, são fortes e rápidos, com alguma consistência que nos podiam dar os três homens do corredor central. Quanto à inclusão do Varela e do Iván Jaime, não direi que estão em pré-época, mas quase. Deram indicações positivas durante a semana e foram a jogo. Depois quis com o André Franco ganhar superioridade no corredor central. Dentro daquilo que foi a estratégia, fomos uma equipa ousada porque entramos praticamente com 3 defesas e 7 homens para a frente, percebendo que se toda a gente tiver o rigor com bola e sem, podemos muitas vezes neste sistema criar perigo. Estou muito satisfeito, foram duas semanas de trabalho em cima disto, que nos vai servir para o futuro sem dúvidas.”

O diagnóstico precoce às lesões de Evanilson e Marcano

“O Evanilson foi uma lesão semelhante, pela imagem, à que tinha sofrido no Bessa no ano passado. O Marcano, espero que eu esteja errado, mas pode ser algo mais grave do que o Evanilson. Em relação ao Fábio Cardoso, não aconteceu absolutamente nada. Olho para o que os jogadores me dão no treino e escolho o melhor onze.”

A razão da opção por David Carmo

“O David Carmo trabalha diariamente para conseguir o seu lugar. Acho que o trabalho que tem vindo a fazer, dentro do que tem de ser um central numa linha de quatro ou de cinco, tem sido muito bom.”

À procura da perfeição

“Estou satisfeito. Há coisas a melhorar, naturalmente, e a equipa tem que evoluir. Estamos cá para isso.”