Nuno Melo (CDS-PP) diz que escolha de Moedas é "boa e pacífica"

| Política
Porto Canal / Agências

Porto, 01 ago (Lusa) -- O vice-presidente do CDS-PP Nuno Melo considerou hoje "boa e pacífica" a escolha de Carlos Moedas para comissário europeu, sendo "o rosto do sucesso possível" do fim da ´troika´ que os socialistas trouxeram, contrariando assim as críticas da oposição.

Em declarações à agência Lusa, o eurodeputado do CDS-PP começou por dizer que Carlos Moedas é uma boa escolha "porque é pacífica", considerando "até razoavelmente consensual", sublinhando que o atual secretário de Estado-adjunto do primeiro-ministro "conhece muito bem a realidade específica de Portugal", sendo-lhe reconhecida "combatividade e determinação".

"Quanto às críticas [da oposição], eu nunca tive nenhuma ilusão quanto ao comentário que seria feito, independentemente da pessoa que fosse escolhida, desde que não fosse alguém oriundo dos partidos que na oposição agora se manifestam", atirou.

Nuno Melo sublinhou ainda que "Carlos Moedas é o rosto do sucesso possível do Estado no termo de um ciclo de intervenção externa que os socialistas trouxeram", enfatizando que "os socialistas trouxeram a troika e esta maioria libertou Portugal da ´troika´".

"O que eu acho extraordinário, desde logo no PS, é que as mesmíssimas pessoas que no Governo socialista ou na maioria parlamentar socialista, durante cerca de seis anos mais do que duplicaram a dívida do Estado português, trouxeram a Portugal a vergonha da intervenção externa, negociaram a começar e aplicaram um programa que foi de austeridade, venham agora classificar como rosto da troika alguém que no Governo curiosamente teve a responsabilidade e conseguiu, a par de outros, devolver a ´troika´ a casa", condenou.

O dirigente centrista recorda que ouviu "rigorosamente os mesmos comentários e argumentos relativamente a cada um dos nomes que ao longo das últimas semanas foram sendo especulados".

"O que eu considero irónico, paradoxal, estranho é que quem na verdade foi responsável pela vinda da troika para Portugal não encontre agora melhor comentário em relação a uma escolha de quem libertou Portugal da ´troika´ do que ser esse mesmo rosto da ´troika´. Eu vi isto no último domingo no comentário do Eng. José Sócrates", disse ainda.

Nuno Melo realçou ainda que "nada disto invalida a importância daquele que venha a ser a função que desempenhará enquanto comissário", considerando no entanto que "isso valeria para qualquer escolha".

"O que me interessa é que Portugal consiga uma boa escolha e essa não se define pelo género. O que não aceitaria é que Portugal fosse condicionado na sua escolha, obrigado a uma escolha que inevitavelmente fosse mulher pela circunstância de outros países terem escolhido homens", respondeu, quando questionado sobre o facto da escolha de Passos Coelho não ter recaído sobre uma mulher.

Compreendendo que "Juncker tenha uma preocupação paritária", Nuno Melo sublinha que não lhe "consta é que ele próprio, enquanto candidato, tivesse prescindido da sua vontade ou da sua expectativa em favor de uma mulher".

Carlos Moedas, atual secretário de Estado-adjunto do primeiro-ministro, foi anunciado como o nome escolhido pelo primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, para representar Portugal na Comissão Europeia, integrando a equipa do sucessor de Durão Barroso, o luxemburguês Jean Claude Juncker.

JF // PGF

Lusa/fim

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