Cortes salariais podem entrar em vigor no final de Agosto

Cortes salariais podem entrar em vigor no final de Agosto
| Política
Porto Canal

O ministro da Presidência admitiu hoje que se o acórdão do Tribunal Constitucional sobre os cortes salariais e a contribuição de sustentabilidade for favorável, os diplomas poderão entrar em vigor ainda no final de agosto.

Questionado sobre o anúncio desta manhã de que o Presidente da República enviou para fiscalização preventiva da constitucionalidade os diplomas sobre a nova fórmula dos cortes salariais e da contribuição de sustentabilidade, o ministro disse ser "uma boa notícia".

"Acho que é uma boa notícia porque ajuda nos prazos, ou seja, se o pedido de fiscalização entrou no dia de hoje, o prazo constitucional se ele não foi encurtado pelo senhor Presidente é de 25 dias, o que determina que no máximo até ao dia 25 de agosto haverá uma pronuncia definitiva do tribunal", afirmou Luís Marques Guedes, que falava na conferência de imprensa realizada no final da reunião semanal do conselho de ministros.

Pois, continuou, caso exista uma pronúncia favorável do Tribunal Constitucional, o Presidente da República estará em condições de os promulgar e isso "permitirá que o diploma entre em vigor ainda no final de agosto".

"Enviar já hoje [para o Tribunal Constitucional ajuda a encurtar os prazos", sublinhou.

Marques Guedes esclareceu também que está estabelecido que os diplomas entrarão em vigor no dia imediato à sua publicação.

"O Governo vê com muitos bons olhos a decisão do senhor Presidente, aguardemos serenamente a decisão do tribunal", acrescentou.

Na nota divulgada esta manhã no ´site' da Presidência da República é referido que o chefe de Estado, Aníbal Cavaco Silva, requereu ao Tribunal Constitucional a fiscalização das normas "em face dos princípios constitucionais da igualdade e da proteção da confiança, de modo a assegurar que a aplicação daquelas normas é acompanhada da necessária segurança jurídica e que não subsistem dúvidas quanto à sua conformidade com a Lei Fundamental".

A nota adianta que Cavaco Silva requereu a fiscalização preventiva da constitucionalidade de dois artigos do diploma que "estabelece os mecanismos das reduções remuneratórias temporárias e as condições da sua reversão no prazo máximo de quatro anos" (reintroduzindo os cortes entre 3,5% e 10% nos salários do setor público acima dos 1.500 euros).

Os artigos em questão são o 2º, relativo à "redução remuneratória" e o 4º, sobre a "reversão gradual da redução remuneratória temporária".

Quanto ao diploma que cria a contribuição de sustentabilidade, a solução definitiva que substituirá a Contribuição Extraordinária de Solidariedade (CES), o Presidente da República solicitou a fiscalização preventiva de três artigos: o 2º (âmbito de aplicação da contribuição de sustentabilidade), 4º (cálculo da contribuição de sustentabilidade) e 6º (atualização das pensões).

Na terça-feira, o Governo tinha enviado uma carta ao Presidente da República a expor os motivos pelos quais pretendia que fosse suscitada a fiscalização preventiva destas normas orçamentais, que foram aprovadas pela Assembleia da República a 25 de julho.

Os juízes do Tribunal Constitucional terão agora 25 dias para decidir sobre o pedido de apreciação preventiva da constitucionalidade. Ou seja, o prazo deverá terminar a 25 de agosto.

+ notícias: Política

Paulo Raimundo alerta para "monstro à solta" após ataques a emigrantes no Porto

O secretário-geral do PCP advertiu que está “um monstro à solta”, reagindo ao que considerou terem sido “crimes de ódio” no Porto, e defendeu que é preciso responsabilizar quem o alimenta.

PSD: Montenegro eleito novo presidente com 73% dos votos

O social-democrata Luís Montenegro foi hoje eleito 19.º presidente do PSD com 73% dos votos, vencendo as eleições diretas a Jorge Moreira de Silva, que alcançou apenas 27%, segundo os resultados provisórios anunciados pelo partido.

Governo e PS reúnem-se em breve sobre medidas de crescimento económico

Lisboa, 06 mai (Lusa) - O porta-voz do PS afirmou hoje que haverá em breve uma reunião com o Governo sobre medidas para o crescimento, mas frisou desde já que os socialistas votarão contra o novo "imposto sobre os pensionistas".