Vice-presidente de Gaia recebe 100 mil euros para acelerar processos urbanísticos

Vice-presidente de Gaia recebe 100 mil euros para acelerar processos urbanísticos
| Norte
Porto Canal

A Diretoria do Norte da Polícia Judiciária (PJ) deteve esta terça-feira o vice-presidente de Gaia, Patrocínio Azevedo, por receber dinheiro para aprovar pisos a mais em arranha-céus.

O Jornal de Notícias avança que, ao todo, Patrocínio Azevedo terá recebido 100 mil euros com o objetivo também de aumentar a área de construção, o licenciamento à revelia das regras urbanísticas e a aceleração dos processos nas câmaras para poder avançar com projetos que representam, essencialmente em Gaia, mas também no Porto, investimentos de 300 milhões de euros.

A entrega de 100 mil euros foi feita através de um intermediário, no Norte Shopping, para acelerar o processo de licenciamento de construções de grande envergadura do Grupo Fortera.

Além disso, foi também foi detido Paulo Malafaia, um empresário do ramo imobiliário, suspeito de corrupção na Operação Vórtex que envolve a Câmara de Espinho, e ainda dois funcionários da Câmara do Porto, um advogado e um técnico da Direção Regional de Cultura do Norte (DRCN).

Em causa estão crimes de corrupção, recebimento ou oferta indevidos de vantagem, prevaricação e abuso de poder, com licenciamentos urbanísticos como pano de fundo.

A multinacional, dirigida por Elad Dror, previa construir o arranha-céus mais alto do país. Segundo o JN, um dos projetos na mira das autoridades é a torre Skyline, com 30 andares e 300 apartamentos. O empreendimento foi, segundo um anúncio feito pela própria empresa, desenvolvido em parceria com a Câmara de Gaia e inclui um centro de congressos.

A investigação, batizada pela PJ "Operação Babel", acredita que o vice-presidente da Câmara de Gaia recebeu luvas para aprovar, em tempo recorde, o empreendimento, além de facilitar a construção de pisos a mais na torre. Para recolher provas, foram realizadas buscas no edifício da Câmara, mas também na empresa municipal Gaiurb.

Esta terça-feira a PJ emitiu um comunicado, explicando que "a operação tem por base uma investigação dirigida à deteção e recolha de prova da prática de fenómenos de índole corruptiva, bem como reiterada viciação de procedimentos de contratação pública em setores de atividade específicos, com vista a beneficiar determinados operadores económicos".

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