Docentes organizam marcha no Porto que termina junto à Festa dos 50 anos do PS

Docentes organizam marcha no Porto que termina junto à Festa dos 50 anos do PS
Porto Canal
| Porto
Porto Canal/Agências

Um grupo de professores está a organizar um protesto no Porto contra o Governo e espera mais de 70 mil pessoas numa marcha que termina no Palácio de Cristal, onde decorrerá a Festa dos 50 anos do PS.

A Marcha “Todos por Portugal” começou a ser preparada “há muito” por um grupo de professores do norte do país que se organiza através das redes sociais, contou à Lusa a docente Sofia Neves, garantindo que esta é uma manifestação espontânea “sem partidos nem sindicados”.

O protesto contra as políticas do Governo realiza-se no domingo à tarde, dia 23, no Porto: Começa na Rotunda da Boavista e termina junto ao Palácio de Cristal (Pavilhão Rosa Mota), onde decorrerá mais um evento no âmbito das comemorações dos 50 anos do Partido Socialista.

“Estamos a contar com a presença de milhares de pessoas, entre 70 mil e 100 mil pessoas”, disse a docente de uma escola de Famalicão, explicando que esta adesão de deve ao facto de a iniciativa não ser focada apenas nos problemas de quem trabalha nas escolas, tendo sido convidados profissionais de outras áreas.

O “Grupo de Professores do Norte” contactou associações, sindicatos e ordens profissionais das áreas da “Justiça, Saúde, Forças de Segurança, Agricultura, Pescas, Polícia, oficiais das Forças Armadas, Transportes, mas também motoristas, assim como proprietários de alojamentos locais e aqueles que não têm casa”, acrescentou.

“Esta é uma marcha que junta todos aqueles que estão descontentes com as políticas sociais e económicas do país. As famílias têm vivido com grandes dificuldades financeiras, devido à subida das despesas com a habitação, a alimentação ou os transportes, e este é o momento de dizer basta!”, disse.

A marcha conta ainda com um camião com sistema de som e palco para as intervenções dos representantes dos diferentes setores, sendo certo que há um grupo que a organização já decidiu que ficará de fora: “Não há palco para partidos políticos”, garantiu Sofia Neves.

Questionada sobre a forma de financiamento destes eventos, que contam com cartazes, t-shirts e até um camião, a professora contou que os professores têm pedido apoio a diferentes empresas do país.

“Nós explicamos qual é a nossa causa e temos tido a sorte de conseguir apoio e donativos. A maior parte das coisas são oferecidas, mas às vezes temos de pagar uma parte, como foi o caso do camião”, explicou a docente, contando que o “Grupo de Professores do Norte” conta com profissionais de escolas de “Coimbra para cima”.

Sofia Neves garantiu à Lusa que nos bastidores deste evento estão docentes “de diferentes sindicatos e também sem serem sindicalizados, assim como de todos os partidos políticos”.

Para a festa do PS no Palácio de Cristal está prevista a presença do primeiro-ministro, do presidente da Internacional Socialista e líder do PSOE, Pedro Sanchez, e do Presidente do Partido Socialista Europeu, Stefan Löfven.

Esta segunda-feira começou o 3.º período de aulas, que fica marcado pelo início de mais uma greve de professores organizada pela plataforma de nove estruturas sindicais da área da educação, da qual fazem parte as duas maiores federações de professores do país (FNE e Fenprof).

Enquanto decorre a greve distrital, que começa esta segunda-feira no Porto e termina apenas a 12 de maio em Lisboa, Ministério da Educação e Sindicatos volta a sentar-se à mesa das negociações.

Para os professores, existem reivindicações que se mantêm desde dezembro do ano passado, quando começaram as primeiras greves deste ano letivo: a contagem integral do tempo de serviço congelado, o fim de vagas e quotas que limitam a progressão na carreira ou a criação de um novo regime de aposentação.

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