Equacionadas "quatro ou cinco localizações" para empresa Transportes Metropolitanos do Porto que é constituída em janeiro

Equacionadas "quatro ou cinco localizações" para empresa Transportes Metropolitanos do Porto que é constituída em janeiro
| Porto
Porto Canal/Agências

A nova empresa Transportes Metropolitanos do Porto (TMP), que irá gerir a rede Unir, será formalmente constituída no início de janeiro, disse esta sexta-feira aos jornalistas o presidente da Área Metropolitana do Porto (AMP), Eduardo Vítor Rodrigues.

"É certo que na primeira ou segunda semana de janeiro faz-se a escritura e o registo. A empresa já tem perspetiva de sede, e depois vamos fazer duas coisas: uma é concentrar na empresa os recursos que temos ao nível dos transportes, nomeadamente recursos técnicos, quer da Área Metropolitana, quer dos TIP [Transportes Intermodais do Porto, gestores do Andante], e ao mesmo tempo reforçar todo o papel de fiscalização que a empresa tem que ter", disse esta sexta-feira aos jornalistas o presidente da AMP.

Eduardo Vítor Rodrigues falava aos jornalistas após a reunião desta sexta-feira do Conselho Metropolitano do Porto (CmP), órgão ao qual preside e que reúne os 17 autarcas da AMP.

"A empresa está a cumprir o seu cronograma com todo o rigor. A partir do momento em que o Conselho Metropolitano decidiu que só avançaríamos com a empresa quando assinássemos os contratos da Unir, nós fizemos esse trabalho", estando a ser marcada com os notários o dia exato das formalidades, disse Eduardo Vítor Rodrigues.

A empresa, que será presidida pelo atual presidente da Câmara de Gondomar, Marco Martins, já definiu que a sua sede será no Porto, estando atualmente a ser equacionadas "quatro ou cinco localizações", segundo Eduardo Vítor Rodrigues.

O líder da AMP lamentou, mais uma vez, que a empresa não tenha sido criada antes do início da operação da rede Unir, cujo primeiro ano se assinala no domingo.

"A minha proposta de criação de empresa metropolitana prévia ao concurso [público da rede Unir] foi rejeitada pela maioria dos colegas, porque havia aquela perceção de que poderia ser mal interpretada. Precisamos de gerir estas coisas sem estar a pensar muito no que vão ser os comentários no Facebook", vincou.

Eduardo Vítor Rodrigues falou num "processo hercúleo" e "numa mudança que está a ser feita com muitas dores".

"O serviço não é aquilo que nós queremos, mas acho que um dia tem que se fazer um balanço que mostre, por exemplo, que nós estamos a fazer em Portugal, e nas áreas metropolitanas e nas CIM [Comunidades Intermunicipais] aquilo que foi feito há 40 anos em França. Estamos a sofrer um bocadinho estas dores de crescimento", disse aos jornalistas.

Eduardo Vítor Rodrigues lembrou que há quatro anos não havia "passe único", mas sim "um contexto de bilhética em que cada um tinha o seu maravilhoso passe".

Durante a reunião do Conselho Metropolitano, vários autarcas, como o da Póvoa de Varzim, Aires Pereira, ou de Arouca, Margarida Belém, vincaram a urgência da criação da empresa.

O presidente indicado, Marco Martins, disse ter consciência dos problemas e afirmou estar a realizar "inúmeras reuniões" com a Área Metropolitana, TIP e até a Transportes Metropolitanos de Lisboa, "mais que uma vez".

"Mas queria que tivessem consciência que apesar de toda a vontade, empenho e dedicação, [resolver os problemas] não vai ser carregar num botão", avisou.

Face à opção do município do Porto não nomear os órgãos para a nova empresa, os autarcas da AMP aprovaram esta sexta-feira a nomeação do presidente da Câmara de Santa Maria da Feira, Amadeu Albergaria, para presidente da Mesa da Assembleia-geral, e retiraram a rotatividade do cargo de secretário da Mesa entre a Metro do Porto e a Sociedade de Transportes Coletivos do Porto (STCP), cuja maioria do capital pertence ao Porto, deixando-a apenas para a empresa ferroviária.

Estava previsto, na versão inicial dos órgãos sociais, que o presidente da Mesa fosse indicado pela Câmara do Porto e que o cargo de secretário rodasse, a cada dois anos, entre a Metro e a STCP.

Porém, no momento da votação, em setembro, o Porto retirou-se por alegar falta de entendimento e, um mês depois, apesar de a AMP ter anunciado um acordo para as nomeações, a autarquia portuense negou-o.

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