Comunidade Judaica do Porto insta PGR e PJ a pedirem desculpas publicamente

Comunidade Judaica do Porto insta PGR e PJ a pedirem desculpas publicamente
| Porto
Porto Canal /Agências

A Comunidade Judaica do Porto (CJP) instou esta sexta-feira a Procuradora-Geral da República (PGR) e o diretor-nacional da Polícia Judiciária (PJ) a fazerem um “pedido de desculpas público” pela buscas e investigação de crimes envolvendo esta comunidade.

Numa carta dirigida a Lucília Gago e a Luís Neves e em comunicado enviado à agência Lusa, a Comunidade Israelita/Judaica do Porto (CIP/CJP) apela à presença de ambos, pelas 18:00, de 25 de abril, na inauguração do cemitério judaico no Porto, “para um pedido de desculpas em público”.

“Desejamos a vossa presença na inauguração do cemitério. Peçam desculpa diante de toda a comunidade, ou informem os presentes [de] que estão a tentar montar outro processo atarantados e perdidos entre milhões de comunicações e documentos”, refere a missiva.

A carta cita partes dos mandados de busca das autoridades portuguesas que “permitiram a invasão da sinagoga [do Porto] como se fosse um bordel”, aludindo às buscas levadas a cabo pela PJ, a 11 de março, no âmbito da operação “Porta Aberta”.

“Existem suspeitas relativamente às relações entre diversas sociedades, a Comunidade Israelita do Porto e os seus dirigentes, e as autoridades portuguesas competentes - conhecimentos e ligações privilegiadas nas conservatórias, o que lhes permitia que fosse atribuída prioridade aos pedidos de aquisição de nacionalidade aos judeus sefarditas - em troca de recompensas pecuniárias era atestada falsamente a origem dos judeus sefarditas”, são algumas das frases retiradas dos mandados de busca, citadas na missiva.

A CIP/CJP reitera que não foram cometidos quaisquer crimes.

“A Comunidade Judaica do Porto reitera a falsidade das acusações apresentadas, demarcando-se de qualquer posição vantajosa em qualquer processo cujo seu nome esteja envolvido”, sustenta a CIP/CJP, no comunicado enviado hoje à Lusa.

Em março de 2022, foi anunciada a abertura de inquérito relacionado com a concessão da nacionalidade portuguesa ao milionário russo Roman Abramovich ao abrigo da lei dos sefarditas e a PJ desencadeou a operação “Porta Aberta”, realizando buscas na CIP/CJP.

Há cerca de um ano, em nota conjunta, o Ministério Público e da PJ davam conta de que em causa estava a alegada prática dos crimes de tráfico de influências, corrupção ativa, falsificação de documento, branqueamento de capitais, fraude fiscal qualificada e associação criminosa.

Na ocasião, o rabino Daniel Litvak foi detido pela PJ, mas saiu em liberdade após primeiro interrogatório judicial. O outro arguido no processo é o advogado Francisco de Almeida Garrett, vogal da direção da CIP/CJP.

Em 15 de março deste ano, a CIP/CJP já tinha enviado uma carta no mesmo sentido ao Presidente da República, apelando a que Marcelo Rebelo de Sousa avançasse também com “um pedido de desculpas do Estado português pelos males e danos que lhe foram causados, e que são irrecuperáveis e jamais indemnizáveis, na sequência das buscas realizadas à Sinagoga do Porto, ao Museu Judaico e às casas de dirigentes da Comunidade, com base em denúncias anónimas”.

+ notícias: Porto

PSP faz das maiores apreensões de sempre no Porto

A PSP esclareceu esta terça-feira que da operação feita no fim de semana em Gondomar e na Maia, distrito do Porto, resultou a apreensão de quase 602 mil euros, admitindo poder ser uma das maiores verificadas na região.

Casa de Armanda Passos no Porto abre pela primeira vez para mostrar 45 obras da artista

A casa da pintora Armanda Passos, no Porto, vai abrir pela primeira vez as portas ao público para dar a conhecer 45 obras da artista dos anos 1980, três das quais 'carvões', adiantou, esta terça-feira, à Lusa a curadora.

Incêndio em colégio no Porto já está extinto

O incêndio que deflagrou ao início da tarde de deste domingo no Colégio Flori, no Porto, "já está extinto" e em fase de rescaldo e ventilação, adiantaram ao Porto Canal as autoridades.