PJ descarta terrorismo no ataque no Centro Ismaili

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Porto Canal / Agências

O diretor nacional da Polícia Judiciária (PJ) afirmou que “não há um único indício” de que o ataque de terça-feira no Centro Ismaili tenha sido um ato terrorista, admitindo ter resultado de “um surto psicótico do agressor”.

Luís Neves, que falava aos jornalistas durante um intervalo de uma conferência em Lisboa, revelou que a PJ conseguiu, através de varias diligências nacionais e internacionais, mapear a vida do autor do crime, não havendo “um único sinal” de que se esteja perante “a radicalização religiosa de uma pessoa”.

Embora o caso permaneça em investigação, Luís Neves adiantou que deverá haver uma averiguação psiquiátrica do estado do agressor, avançando que este ataque poderá estar relacionado com “um surto psicótico”, pelo que o crime se prende com questões pessoais e não com um ato terrorista.

Todas as diligências efetuadas pela PJ indiciam assim, observou, que se "está perante um crime de natureza comum", ou seja, um "delito comum", em resultado do homicídio consumado de duas mulheres e das ofensas corporais graves provocadas numa terceira pessoa.

O agressor, hospitalizado após ser baleado pela polícia, não deverá ter alta antes de um período de 10 dias e só então haverá condições para ser submetido a interrogatório pelo juiz de instrução, acrescentou ainda o diretor nacional da PJ.

Volvidas 24 horas sobre o ataque cometido pelo refugiado afegão, Luís Neves insistiu que "o que se pode dizer é que estão afastados todos os sinais" de crime motivado por questões religiosas ou de terrorismo.

Segundo o diretor nacional da PJ, a conclusão de que não houve ato terrorista, retirada após um "trabalho ininterrupto" da PJ durante toda a noite e nas últimas horas, "muda tudo" em termos do que poderia ser o grau de ameaça e a cooperação policial exigidas para fazer face à situação.

Luís Neves referiu que o refugiado afegão, que passou anteriormente pela Grécia e que tencionava viajar em breve para a Alemanha juntamente com os seus filhos menores, tinha adotado "um modo de vivência ocidentalizado", distante de qualquer ato de radicalização.

O diretor nacional da PJ revelou que esta polícia "já pode falar" com o agressor, razão pela qual, com base em declarações do próprio, dispõe já de "mais informações" que são essenciais para esclarecer o ocorrido.

Quanto à possibilidade de o agressor ter sido acometido de um "surto psicótico" e se isso absorve ou dissipa a verdadeira motivação que levou à prática crime, Luís Neves apenas adiantou que terá havido "a somatização do descontentamento" do agressor em "relação a esta ou aquelas pessoas".

Questionado sobre a eventual realização de buscas da PJ ao domicílio do autor do crime, o mesmo responsável esclareceu que se aguarda mandado judicial para o efeito, aproveitando para dizer que nesta investigação existe "total e integral apoio" do Ministério Público.

Durante a conferência, Luís Neves congratulou-se com a rápida e eficaz intervenção da PSP logo após o ataque ter ocorrido, o que, nas suas palavras, evitou que o número de mortos e feridos pudesse ser bastante mais elevado.

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