Bastonário da Ordem dos Médicos garante que “SNS precisa de uma mudança profunda” e não de soluções “penso rápido”
Porto Canal
O bastonário da Ordem dos Médicos, Carlos Cortes, garantiu que o “Serviço Nacional de Saúde (SNS) precisa de uma mudança profunda” e não de soluções “tipo penso rápido”.
Em entrevista ao Porto Canal na tarde desta quinta-feira, o recém bastonário da Ordem dos Médicos contou que “todos os dias parecem existir soluções tipo penso rápido e não é isso que o Serviço Nacional de Saúde necessita”.
O bastonário da Ordem dos Médicos reconhece as dificuldades, mas vê no Norte do país uma capacidade de resposta positiva nos cuidados de saúde primários.
“A região Norte tem uma capacidade de resposta muito boa, obviamente continuam a existir dificuldades e continuam a existir locais o Norte do país onde há falta de médicos de família”, mas Carlos Cortes salientou que esta situação “nada se compara com aquilo que acontece em Lisboa”. O Norte “tem tido uma trajetória diferente daquilo que se tem visto no resto do país”, afirmou o bastonário da Ordem dos Médicos ao Porto Canal.
“Todos os dias oiço novas propostas”, mas “não é isso que o SNS necessita”. Carlos Cortes acrescentou que o SNS precisa “de reformas efetivas que possam envolver os vários agentes ligados à saúde, nomeadamente os médicos e a Ordem dos Médicos, mas ainda muitos outros, como as associações de doentes”.
O bastonário da Ordem dos Médicos admitiu que “temos que resolver dia a dia os problemas que vão surgindo”, mas “aquilo que nós não estamos a ver é uma resolução de fundo e profunda de todo o Serviço Nacional de Saúde”.
Carlos Cortes venceu a segunda volta de eleições com mais de 57% dos votos e sucedeu a Miguel Guimarães, que ocupava o cargo desde 2017. Carlos Cortes tornou-se assim o 16º bastonário da Ordem dos Médicos.