"Revolução" junto à A1 para acabar com o trânsito lento

"Revolução" junto à A1 para acabar com o trânsito lento
| Norte
Porto Canal/Agências

A Câmara de Santa Maria da Feira está a preparar uma “revolução” junto ao nó da autoestrada A1, anunciando quarta-feira a criação de um túnel para acabar com o trânsito lento no acesso à cidade e concelhos vizinhos.

O projeto dessa autarquia do distrito de Aveiro destina-se à zona da Cruz, onde, em horas de ponta, a confluência do trânsito chegado das direções de Ovar, Espinho, Porto e Aveiro resulta em filas lentas e compactas. Esse congestionamento dificulta o acesso ao centro da Feira, ao Hospital São Sebastião e a concelhos vizinhos como São João da Madeira e Arouca, atrasando também a chegada à área residencial dos Passionistas, que, embora localizada imediatamente junto à saída da A1, não tem entradas diretas e obriga a quilómetros extras para acesso ao bairro.

O plano que a câmara está a desenvolver, sob supervisão da Infraestruturas de Portugal, tem como peça mais complexa “um túnel de 600 metros” na Estrada Nacional 223, que liga as saídas da A1 e A29 à freguesia de Arrifana. Assim, no subterrâneo, circulará de forma mais rápida quem viaja em direção a São João da Madeira e Arouca, enquanto a estrada por cima ficará reservada para trânsito mais local, de acesso a diversos pontos da cidade da Feira e arredores.

“Vai ser uma revolução na zona da Cruz”, declara à Lusa o presidente da câmara, Emídio Sousa. “Com uma nova rotunda na saída da A1 e um túnel de atravessamento rápido por baixo, a área superior vai ficar só para o trânsito da Feira e terá árvores e zonas verdes a ligar os dois lados da cidade – que agora está totalmente cortada pela estrada, com a zona dos Passionistas quase totalmente separada do resto”, explica.

O estudo prévio do projeto já foi aprovado pela Infraestruturas de Portugal e também prevê “um acesso direto ao Hospital São Sebastião”, enquanto sede do Centro Hospitalar do Entre Douro e Vouga e unidade de referência para os cerca de 350.000 habitantes da região.

Emídio Sousa realça, contudo, que essa componente viária constitui apenas uma parte do programa geral de requalificação urbana da Cruz e, nesse contexto, adianta que sobre o túnel será construída “uma grande praça verde” que privilegiará formatos alternativos de mobilidade – como o pedonal e o ciclável.

“Estes percursos vão enquadrar-se no espaço público e coabitar com outros canais de circulação, para se promover o uso de meios de mobilidade mais ecológicos e se diminuir a dependência do automóvel”, afirma o presidente da câmara.

A data para arranque da obra depende, contudo, da capacidade do Estado para financiar a componente viária da empreitada, já que, segundo Emídio Sousa, “o Governo terá que a candidatar a fundos comunitários ou inscrevê-la no Orçamento de Estado”. A estimativa, nesta fase, é que o túnel custe 15 milhões de euros e os outros novos acessos representem seis milhões.

A câmara, por sua vez, financiará a criação de espaços verdes, os percursos de mobilidade limpa e os novos arranjos urbanísticos da zona intervencionada, no que a previsão da autarquia é gastar oito milhões de euros.

Emídio Sousa avisa, contudo, que a empreitada global “ainda vai demorar uns anos a arrancar” e será “muito difícil e exigente”, tanto a nível técnico como no que concerne a “transtornos para todos” durante a respetiva execução. Defende, ainda assim, que a obra “é essencial para a requalificação urbana da Cruz e para uma maior qualidade de vida da população” local e regional.

O vereador Amadeu Albergaria, que assume a vice-presidência da autarquia e o pelouro das Obras Municipais, tem a mesma opinião: “Vai ser uma mudança completa em termos de mobilidade e de espaços verdes, por um lado melhorando o trânsito e, por outro, proporcionando uma nova vida àquela área da cidade”.

Salientando que a zona da Cruz é uma das que tem evidenciado maior crescimento demográfico e habitacional em todo o concelho, o vereador refere que a sua requalificação é “uma forma de antecipar a evolução que aí se vai registar nos próximos anos” e garante que o projeto agora em desenvolvimento configura “uma resposta que será adequada tanto às exigências mais atuais como às do futuro”.

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