Vai nascer um hotel no antigo Café Capitólio
Porto Canal
Era um dos cafés mais históricos da cidade do Porto, mas o futuro parecia já estar traçado. O encerramento era expectável, depois de uma ordem de despejo do senhorio que foi croncretizada mesmo em cima do Natal, no passado dia 22 de dezembro.
O edifício da Avenida dos Aliados, que se situa a apenas uns passos da Câmara do Porto, já estava praticamente vazio, mas os rumores chegaram cedo, espalharam-se rapidamente e parecem estar perto de se concretizarem.
Nem duas semanas depois do encerramento, a Câmara Municipal do Porto confirmou ao Porto Canal que "para o edifício onde se encontrava o café Capitólio, está em curso um processo de licenciamento de obras de alteração e amplificação para a instalação de um empreendimento turístico", especificando a autarquia que se trata de um hotel.
Apesar de o Capitólio não ter sido o primeiro de uma vaga de encerramento de cafés históricos na cidade do Porto - o Embaixador e o Vitória fecharam portas também em dezembro - é, aparentemente ou pelo menos para já, o único com um projeto em curso. Segundo a autarquia, não há "quaisquer pedidos de informação prévia (PIP) ou processos [de licenciamento] a decorrer” relativamente aos outros dois imóveis.
O Café Embaixador, situado na Rua de Sampaio Bruno, perpendicular à Avenida dos Aliados, fechou portas após 65 anos de atividade. Uma situação que foi combatida durante vários anos pelos trabalhadores do estabelecimento até serem esgotados todos os recursos de decisões judiciais, que culminaram no encerramento. O Vitória encerrou depois de 111 anos de história e, apesar de não ser dos mais antigos da zona nobre da cidade, havia já conquistado um carinho especial de portuenses e estrangeiros, que ali encontravam um refúgio para a azáfama daquela que é uma das mais concorridas zonas da baixa do Porto.
O encerramento do Café Capitólio, depois de 85 anos de portas abertas, significa um novo passo para aquela que tem sido uma transformação gradual, ainda que profunda, na zona envolvente da Avenida dos Aliados. Os estabelecimentos mais antigos continuam a fechar, em contracorrente com outros negócios e serviços, e uma das questões mais ouvidas entre transeuntes e comerciantes é: “quem será o próximo?”.