“Não se pode ser leviano a tratar das vidas de 300 pessoas”. Secretário de Estado do Trabalho sobre despedimento coletivo da Adidas na Maia
Porto Canal
Miguel Fontes, Secretário de Estado do Trabalho, explicou, esta quinta-feira, que quando "há a intenção de despedimento coletivo", esta deve ser comunicada à "Direção-Geral do Emprego e Relações do Trabalho. No caso da Adidas da Maia, ainda não foi formalizado qualquer processo nesse sentido.
O governante afirmou que contactou os representantes da Adidas em Portugal que "disseram que estão num processo de reorganização interna e que teriam sido mal entendidos".
Miguel Fontes diz esperar que este cenário se confirme, uma vez que "não se pode ser leviano a tratar das vidas de 300 pessoas. Devemos ter a noção da responsabilidade social que empresas como esta têm".
Assim, "há uma legislação, há limites, há fonteiras que devem ser aplicadas", reforçou o Secretário de Estado do Trabalho, esperando uma reorganização no seio da Adidas, sem necessidade de despedimento coletivo.
Miguel Fontes revelou ainda, que em conversa com os representantes da Adidas em Portugal, estes demonstraram a vontade de "reposicioar o maior número possível de trabalhadores em novas posições na empresa".
A operação de dispensa aconteceu na passado dia 12 de outubro, e foi realizada pelo vice-presidente Mui Florence "de forma absolutamente desumana, tratando-a friamente como uma 'decisão de negócios justificada' e 'uma forma de reduzir custos e cumprir as metas financeiras de 2025', mesmo vendo o staff visivelmente chocado e muitas pessoas a chorar", foi reportado ao Porto Canal.
Sindicatos e Câmara da Maia foram apanhados de surpresa.