Socialistas defendem saída de Miguel Alves do Governo
Porto Canal
Ana Gomes, João Gomes Cravinho e Alexandra Leitão defendem que o Secretário de Estado Adjunto do Primeiro-Ministro não deve permanecer no Governo.
A ex-ministra da Modernização Administrativa, Alexandra Leitão, foi das primeiras socialistas a reagir e a defender a saída de Miguel Alves do Governo. “Em momentos anteriores, de governos anteriores do mesmo primeiro-ministro houve pessoas constituídas arguidas, por outras circunstâncias, e a regra que houve foi foram constituídos arguidos, saem do Governo”, lembrou.
Para Alexandra Leitão é "incompreensível" a continuidade do ex-autarca de Caminha no Governo e reitera que “os políticos têm os mesmos direitos que outros cidadãos, mas têm mais deveres porque as pessoas lhe confiaram, pelo voto, por exemplo, a utilização de dinheiros públicos”.
Depois da antiga governante, também João Gomes Cravinho, atual ministro dos negócios estrangeiros defendeu o mesmo. Ao jornal Público disse que se houver possibilidade em termos constitucionais, Miguel Alves deve suspender as funções que desempenha há um mês.
“Até ontem [domingo] não conhecia quais eram os seus argumentos, agora que os conheço [depois de uma entrevista sobre a polémica], a minha avaliação é que Miguel Alves deve entrar em suspensão a pedido dele ou do primeiro-ministro. Deve suspender o mandato até que as coisas se esclareçam”.
Já Ana Gomes, ex-candidata presidencial, pediu ao primeiro-ministro que atue face à gravidade do caso. Ao Público defendeu que “o primeiro-ministro não pode assobiar para o lado. Este é um daqueles casos – e não é único – que faz com que os cidadãos deixem de acreditar nas instituições democráticas”.
E quanto à entrevista que Miguel Alves deu ao Jornal de Notícias e à TSF, a ex-eurodeputada reprovou o papel de “vitimização”.
Há ainda uma outra reação, de um ex-ministro, que preferiu manter o anonimato. Partilha da mesma opinião mas vai mais longe, dizendo que este é um dos casos mais graves de incompatibilidade no Governo: “A ser rigoroso o que veio na notícia, este é um caso muito mais grave do que todos os outros que não passaram de pequenas coisas que vieram a público sobre incompatibilidade”.